Câncer que tirou a vida de Chadwick Boseman começa imperceptível, alerta especialista de MT

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    O câncer de cólon, que tirou a vida do ator Chadwick Boseman, de 43 anos, astro do filme Pantera Negra, na última sexta-feira (29), geralmente não apresenta sintomas na fase inicial. De acordo com o coloproctologista Mardem Machado, de Cuiabá (MT), geralmente os sintomas são mínimos ou inexistem no início da doença, quando os resultados do tratamento seriam melhores.

    “Por isso é recomendado o rastreamento a partir dos 50 anos e a partir dos 30 para pessoas com casos de câncer na família”, orienta o especialista.

    De acordo com Dr. Mardem, um dos sintomas iniciais é a perda de sangue, que pode ser oculto (só se manifestando através de uma anemia, fraqueza e cansaço) ou visível (sangue vivo ou escuro) percebido ao evacuar ou surgindo misturado às fezes.

    A pessoa com câncer de cólon, segundo o coloproctologista, também sente dor abdominal, massa abdominal, alteração do ritmo intestinal, intestino preso, diarreia alternada com intestino preso, vômitos ou náuseas.

    “São tumores malignos que podem comprometer todo o intestino grosso (cólon) e o reto. Podem atingir tanto homens quanto mulheres, sendo a primeira causa de câncer do aparelho digestivo e a terceira em incidência entre todos os tumores malignos em nosso país”, esclarece.

    Os tumores de intestino grosso podem ser divididos em esporádico e familiares, contudo, existem doenças associadas que podem aumentar a sua incidência.

    Os fatores de risco que mais influenciam o surgimento de casos esporádicos de câncer intestinal são idade acima de 50 anos, dieta com alto teor de gordura, carnes, baixo teor de cálcio, obesidade, sedentarismo e tabagismo.

    No caso de câncer de cólon por herança familiar, o risco está associado à transmissão genética dentro da família. Ou seja, aqueles que têm familiares com história de câncer colorretal, câncer de ovário, endométrio ou mama.

    “Algumas doenças representam fator de risco no câncer, como as doenças inflamatórias do cólon, como a “retocolite ulcerativa” e a “doença de Crohn”, em especial”.

    Diante dos sintomas ou sinais, é importante que a pessoa procure um médico para que indique os exames necessários, sempre objetivando o diagnóstico precoce de pólipos ou de pequenos tumores. “Não faça autodiagnóstico, nem se submeta a exames sem orientação médica”, orienta Dr. Mardem.

    Tratamento

    Quando o tumor é muito inicial ou ainda trata-se de um pólipo, geralmente pode ser retirado através da colonoscopia.

    Na maior parte das vezes, o tratamento é a cirurgia para remoção da parte afetada juntamente com os gânglios linfáticos (linfonodos). Em alguns tumores de reto, de diagnóstico precoce, é possível removê-lo através do ânus. Em outros casos, é possível retirar parte do reto e preservar o esfíncter anal, eliminando a necessidade de colostomia.

    Dependendo do grau de desenvolvimento do tumor pode ser necessário um tratamento adicional de quimioterapia e em alguns casos também de radioterapia. Em alguns casos, este tratamento (radioquimioterapia) pode ser indicado antes da cirurgia, reduzindo o tamanho do tumor e facilitando sua retirada.

    Em geral, a cirurgia é realizada por via abdominal. Em casos selecionados, a videolaparoscopia pode ser indicada. Dependendo do tipo de cirurgia e necessidade pode ser necessária a colocação de uma colostomia ou ileostomia, temporária ou permanente. Segundo Dr. Mardem Machado podem ocorrer metástases no paciente com câncer de cólon, especialmente nos casos avançados.

    “Enfim, melhor tratamento para o câncer colorretal é o diagnóstico precoce, lembrando que manter uma alimentação adequada, rica em vegetais, controle do consumo de carne processada ou vermelha, prática regular de atividade física e check-ups anuais, é possível prevenir ou evitar o aparecimento da neoplasia”, completa o coloproctologista.

    Setembro Verde

    Este é o mês de conscientização sobre o câncer de intestino. A campanha “Setembro verde”, promovida pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), visa informar a população sobre a importância de realizar ações preventivas contra a doença. De acordo com o Inca, a estimativa é de 34 mil novos casos em 2020. Este tipo de câncer é o segundo mais incidente em mulheres e o terceiro entre os homens.

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