Mendes diz que não confia em Emanuel e Governo tocará obras

    0
    294

    MÍDIA NEWS

    O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que as denúncias que recaem em desfavor do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) fazem com que o Estado não “confie” na gestão e deixe de repassar recursos à Capital Mato-Grossense.

    “Nós estamos fazendo várias parcerias com prefeitos e prefeituras, e para você fazer uma parceria tem que haver um elo de confiança. Hoje, na Capital, o Governo faz várias obras, e elas são ‘tocada’ pelo Governo, mas não temos parceria com a prefeitura”, afirmou.

    Emanuel estava afastado do cargo de prefeito desde o dia 19 de outubro alvo da Operação Capistrum, por suposto esquema na contratação de temporários como “canhão político” na Secretaria de Saúde. Na última sexta-feira (27), ele conseguiu na Justiça o retorno ao cargo (entenda abaixo).

    Durante o afastamento de Emanuel, Mednes chegou a se reuniu com o então prefeito em exercício José Roberto Stopa (PV) e disse ter “confiança” no gestor. À época, Stopa ficou de encaminhar projetos para que o Estado estudasse o aporte de recursos em obras.

    Apesar da desconfiança, Mendes garantiu irá continuar fazendo as obras pelo Governo do Estado.

    Questionado sobre a volta de Emanuel à cadeira do Palácio Alencastro, o democrata evitou comentar as decisões que embasaram tanto o afastamento quanto o retorno.

    “Eu não conheço e nunca me pronunciei sobre isso, nem sobre a saída, nem sobre o retorno. Isso compete ao Poder Judiciário tirar ou colocar. Eu não posso emitir opinião sobre aquilo que conheço pouco”, disse.

    “Prejudica Cuiabá”

    Para o democrata, o afastamento e as recorrentes operações policiais das quais a Gestão Emanuel é alvo, trazem preocupação.

    “Isso prejudica Cuiabá, que é a principal cidade do Estado. Não só o entra e saí, preocupa muito os motivos e tantos outros que rolam nos bastidores daquilo que acontece na Capital Mato-Grossense”, afirmou Mendes, que já foi gestor de Cuiabá entre os anos de 2013 a 2016.

    “É lamentável não só esse fato em si, mas mais ainda ele ter já sete secretários afastados pela Justiça. Algo de muito estranho está acontecendo”, emendou.

    Rivais políticos declarados, Mendes ainda alfinetou o emedebista e ironizou as declarações de “perseguido” de Emanuel.

    “Se essas pessoas [Emanuel] estiverem certas, a Justiça, Ministério Público e Polícia Federal estão todos errados. Mas se eles estiverem certos [Poderes e instituições] alguma providência tem que ser tomada”, afirmou.

    Capistrum e retorno de Emanuel

    Emanuel retornou ao cargo após 37 dias de afastamento judicial.

    A decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva está no âmbito da ação que resultou na Operação Capistrum, que teve como alvo, Emanuel, sua mulher, a primeira-dama Márcia Pinheiro, o chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto, a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.

    Apesar de ordenar seu retorno, o desembargador proibiu Emanuel de ter contato com os outros investigados e testemunhas do caso, exceto a sua mulher.

    Emanuel é acusado de ter utilizado de contratações de servidores temporários e pagamento de “prêmio saúde” como forma de pagar ou manter favores a aliados políticos – que indicavam os nomes a serem contratados.

    Ele estava afastado do Alencastro por duas decisões judiciais, que agora estão revogadas. A primeira, do dia 19 de outubro, havia sido determinada pelo próprio desembargador Luiz Ferreira da Silva.

    A outra, do dia 27 do mesmo mês, assinada pelo juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada de Ação Popular e Ação Civil Pública de Cuiabá, havia sido derrubada pelo presidente Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, no dia 18 de novembro.

    Na ação criminal, Emanuel já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui