O líder indígena Raoni Metuktire, representante das etnias Panará e Kayapó em Mato Grosso, fez um apelo nesta terça-feira (26) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que não aprove a construção da Ferrogrão, uma ferrovia planejada para formar um corredor de exportação do Brasil pela Bacia Amazônica.
O pedido ocorreu durante um evento na ilha do Combú, em Belém (PA), na presença do presidente francês, Emmanuel Macron, que condecorou o líder indígena. Raoni Metuktire aproveitou a ocasião para enfatizar a necessidade de combater o garimpo e o desmatamento ilegais na região.
A Ferrogrão tem como propósito escoar os produtos agrícolas, como soja e milho, produzidos no Centro-Oeste até os portos da Amazônia, oferecendo uma alternativa considerada mais econômica em comparação com o transporte até o Porto de Santos. Com um trajeto previsto de quase mil quilômetros, a ferrovia ligaria Sinop, em Mato Grosso, a Miritituba, no Pará.
No entanto, líderes indígenas e ambientalistas apontam que o projeto afetaria significativamente áreas de conservação e terras indígenas, com potencial impacto sobre povos isolados. Uma ação judicial questionando a legalidade da lei que autoriza a construção da Ferrogrão está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), com a Advocacia Geral da União (AGU) reconhecendo sua inconstitucionalidade.
Em setembro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o processo por seis meses para a realização de novos estudos sobre os impactos ambientais da obra.
Essa reportagem destaca o apelo do cacique Raoni Metuktire e os debates em torno da construção da Ferrogrão, enfatizando a importância da preservação ambiental e dos direitos indígenas.
Fonte: GazetaDigital
