Movimentos feministas, pesquisadoras e sindicatos pedem cassação do registro de Lucas Ferraz

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Movimentos feministas, grupos de pesquisa e ao menos três sindicatos de jornalistas publicaram uma nota de repúdio na qual pedem a cassação do registro profissional do apresentador de TV Lucas Ferraz.

Condenado pela Justiça a dois anos de detenção por violência física e psicológica contra a atual companheira, Katrine Gomes, Lucas Ferraz foi recentemente contratado pela TV Meio Norte, em Imperatriz (MA).

Lucas Ferraz foi demitido da apresentação do programa Balanço Geral, em uma TV de Tangará da Serra (MT), em meio às acusações de violência doméstica.

A nota de repúdio é assinada pela Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça (RIPVG) e cita que nos últimos seis anos, empresas de comunicação de Imperatriz tiveram quatro casos de homens agressores de mulheres com repercussão nacional.

“O que se espera de uma figura pública, envolvida em qualquer crime, é o reconhecimento do seu erro e o compromisso em repará-lo atráves de ações concretas que estimulem o conjunto da sociedade a repudiar e a se posicionar diante de tais crimes. É cumprir a pena que o Estado, através dos órgãos competentes, lhe imputa, e fazer autocrítica dos seus antecedentes comprometendo-se a mudar sua postura e não usar a vítima, como o fez Lucas Ferraz, convencendo-a a retirar as acusações e fazendo-a assumir a responsabilidade das escoriações de seu corpo por autoflagelação”, diz trecho da nota.

O método de Ferraz seria “prática comum de agressores” que mantém mulheres em dependência emocional ou financeira.

Além dos movimentos feministas e grupos que pesquisam violência de gênero na comunicação, os Sindicatos dos Jornalistas do Paraná, de Sergipe, do Pará assinam o documento.

“Das empresas de comunicação e de seus gestores, espera-se uma postura responsável de desnaturalização da violência contra as mulheres e meninas, além de contribuírem para a efetivação das legislações em vigor. Principalmente, porque são espaços de produção de imagens e discursos que podem formar criticamente os cidadãos ou atuar na naturalização de violências de todo o tipo”, afirma em outro trecho.

O documento pede a cassação dos registros profissionais de Lucas Ferraz e dos demais acusados, de acordo com o artigo 6º, páragrafo XI do Código de Ética dos jornalistas brasileiros.

Midia Jur

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