Reino Unido anuncia investimento de R$ 500 milhões no Fundo Amazônia

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(FILES) In this file photo taken on February 03, 2022 Britain's Chancellor of the Exchequer Rishi Sunak hosts a press conference in the Downing Street Briefing Room. - British politician Rishi Sunak was on October 24, 2011, elected as the new Conservative party leader and will become the next prime minister. "Rishi Sunak is therefore elected as leader of the Conservative party," senior backbencher Graham Brady said, as Mordaunt vowed her "full support" for the former finance minister. (Photo by JUSTIN TALLIS / various sources / AFP)

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou que o país investirá no Fundo Amazônia. O valor será de 80 milhões de libras, cerca de R$ 500 milhões. O premiê afirmou que a entrada do Reino Unido no fundo é um reconhecimento ao trabalho e à liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no tema da preservação ambiental.

Sunak e Lula reuniram-se, nesta sexta-feira (5), em Londres. O presidente está na capital britânica para acompanhar a cerimônia de coroação do rei Charles III, amanhã (6), na Abadia de Westminster.

De acordo com a Presidência da República, o Brasil é o quarto país que mais recebe recursos do International Climate Finance (ICF), principal programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com recursos de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão.

Em publicação nas redes sociais, o presidente escreveu que foi “uma boa conversa” sobre as relações comerciais entre dois países, a proteção do meio ambiente e a paz no mundo. No início do encontro, em conversa aberta aos jornalistas, Lula reafirmou os compromissos do Brasil com a questão climática e o combate ao desmatamento e disse que todos precisam cumprir os acordos internacionais firmados no âmbito das Nações Unidas.

“Os países mais pobres precisam efetivamente receber ajuda para manter a floresta em pé e o clima que a sociedade precisa”, disse sobre o financiamento prometido por países ricos nas negociações internacionais.

Lula agradeceu ao premiê britânico pelo aporte ao Fundo Amazônia e afirmou que este é o momento de “tentar restabelecer uma normalidade” nas relações entre o Brasil e o Reino Unido. Para o presidente, há “possibilidades enormes” de aumento das trocas comerciais entre os dois países.

No ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 6,5 bilhões, alta de 15% em comparação com 2021. As exportações brasileiras para os britânicos somaram US$ 3,7 bilhões, porém representam menos de 2% do total das vendas externas do país. As importações foram US$ 2,8 bilhões. O saldo é favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são extração, financeira e transporte.

Ainda hoje, Lula participa de uma recepção no Palácio de Buckingham. O evento é oferecido pelo rei e reunirá dezenas de chefes de Estado convidados para coroação.

Fundo

Fundo Amazônia investe em ações de combate ao desmatamento e de promoção da sustentabilidade na região. Criado em 2008, o Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pode ser visto como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais.

O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a aplicação do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os corpos de bombeiros militares (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais estão entre as instituições financiadas pelo fundo. Responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também é apoiado pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o governo amazonense recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de desmatamento.

No fim de abril, os Estados Unidos anunciaram aporte de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia em cinco anos [https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-04/eua-anunciam-us-500-milhoes-para-fundo-amazonia-em-cinco-anos]. O financiamento, voltado para a proteção ambiental, ainda deve ser negociado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, com o Congresso do país.

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