Casa de sobrinho de vereadora de VG é alvo em operação contra desvios de remédios

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A casa do superintendente da Atenção Secundária de Várzea Grande, o servidor comissionado Oswaldo Prado, é um dos alvos da operação deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) na manhã desta segunda-feira (22). A ação policial recebeu o nome de Fenestra.

Segundo a Polícia Civil, a operação visa desarticular um esquema de desvio de medicamentos da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento (Upa Ipase) de Várzea Grande. O site Midiajur já havia antecipado, em junho do ano passado, que uma investigação sigilosa sobre os desvios de remédios estava em trâmite na Deccor e que os fatos poderiam atingir figuras políticas importantes do município.

Ainda não se sabe de qual tipo de mandado Oswaldo foi alvo. Mas policiais civis do Grupo de Operações Especiais (GOE) estiveram em sua casa na manhã desta segunda. Ao todo, são 22 ordens judiciais, sendo quatro mandados de prisões preventiva, oito de busca e apreensão domiciliar e quatro mandados de suspensão do exercício de função pública de agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande.

Além disso, os policiais cumprem um mandado de sequestro de veículo pertencente ao superintendente de Saúde do município, que também pode ter atingido Oswaldo.

Na última semana, Oswaldo ficou conhecido das páginas policiais da imprensa por ser citado e reconhecido como um dos suspeitos de ter participado de roubo a gado em duas ocorrências policiais, na região rural da Baixada Cuiabana. Ele foi detido pela Polícia Militar, mas foi solto depois de pagar fiança.

Oswaldo Prado também é sobrinho da vereadora Rosy Prado (União Brasil), de Várzea Grande. Na prefeitura de Várzea Grande, onde ocupa cargo por indicação política, Prado recebe R$ 6.766,67 em salário bruto. Sua função é cuidar da atenção secundária de saúde na qual a UPA Ipase está subordinada.

Conforme a apuração da Deccor, o esquema de desvio de medicamentos envolve os servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, dentre eles o superintendente, chefes de farmácia, motoristas e auxiliares.

Os indícios indicam que os medicamentos eram receptados por um empresário que atua no ramo de medicamentos e utilizando “laranjas” para pagar vantagem indevida à agentes públicos, por intermédio de transferências bancárias e compra de veículo, visando a ocultação ilícita dos bens e valores.

Nas diligências foi constatado que, no período de pandemia da Covid-19, foi aberta uma janela nos fundos da farmácia da Upa Ipase, supostamente para evitar o contato entre pacientes e servidores, contudo, evidências indicam que foi utilizada para os desvios de medicamentos.

Durante as investigações foi demonstrado que as subtrações de medicamentos eram realizadas sob a liderança do Superintendente de Saúde de Várzea Grande, destacando assim em especial a atuação delituosa dos agentes públicos, chefes de farmácia, sem a qual certamente os fatos não ocorreriam em prejuízo da farmácia da Upa de Várzea Grande.

Os investigados devem responder pelo crime de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção passiva, extravio de documento e lavagem de dinheiro.

Fesnestra faz alusão à palavra em latim que significa janela, que foi aberta no fundo da farmácia Upa Ipase no período pandêmico para o desvio de medicamentos.

Midia Jur

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