Walter Delgatti Neto, hacker recentemente preso na operação da Polícia Federal (PF) que investiga a suposta invasão de sistemas eletrônicos do judiciário, foi convocado nesta quinta-feira (3) para depor na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ressaltou que o depoimento de Delgatti é crucial para esclarecer o suposto envolvimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) no questionamento da legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022.
Além de Delgatti, a CPMI aprovou a convocação de outros quatro depoentes, incluindo Adriano Machado, fotógrafo da agência de notícias Reuters, que cobriu a invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. A convocação de Machado, entretanto, encontrou resistência por parte de alguns parlamentares, que expressaram preocupações com a liberdade de imprensa. O deputado Rogério Correia (PT-MG) argumentou que, embora não fosse um problema ouvir Machado, convocá-lo levantava questões sobre a liberdade de imprensa.
Dois pedidos de convocação, apresentados pela oposição, foram rejeitados pela CPMI: o coronel Sandro Augusto Salles Queiroz, comandante da Força Nacional no dia da invasão, e Tomás de Almeida Vianna, substituto do Diretor de Inteligência do Ministério da Justiça. A rejeição desses pedidos gerou debates, com parlamentares argumentando tanto a favor quanto contra as convocações.