Inflação oficial registra alta em Julho, puxada pelos transportes e contida por alimentos e habitação

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável pela medição da inflação oficial no Brasil, apresentou uma taxa de 0,12% em julho deste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este número ficou acima das taxas observadas no mês anterior, que foi de -0,08%, e em julho de 2022, quando registrou -0,68%.

O acumulado da inflação oficial no ano atingiu 2,99%, e nos últimos 12 meses, a taxa alcançou 3,99%, mostrando um aumento em relação aos 3,16% acumulados até junho.

A alta na inflação foi principalmente influenciada pelo setor de transportes, com destaque para o aumento de 4,75% no preço da gasolina. Outros itens que contribuíram foram o gás veicular (3,84%), etanol (1,57%), passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%). André Almeida, pesquisador do IBGE, salientou que a gasolina, com alta de mais de 4%, teve o maior impacto no IPCA de julho. Sem ela, o índice teria sido de -0,11%, inferior ao mês passado.

Entretanto, a inflação foi contida graças à deflação em alimentos e habitação. O grupo alimentação e bebidas registrou variação de -0,46%, com quedas nos preços de produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Já o grupo habitação teve deflação de -1,01%, influenciada principalmente pela queda de 3,89% na energia elétrica residencial.

Almeida explicou que a redução na tarifa de energia está ligada à incorporação do bônus de Itaipu, refletido nas faturas de julho. Esta foi a contribuição mais significativa para frear a inflação.

Outros grupos de despesa apresentaram inflação, como artigos de residência (0,04%), saúde e cuidados pessoais (0,26%), despesas pessoais (0,38%) e educação (0,13%). Comunicação manteve estabilidade, e vestuário apresentou deflação de -0,24%.

O cenário da inflação no país continua complexo, com a pressão exercida pelos transportes sendo atenuada por alimentos e habitação. A economia brasileira enfrenta desafios na manutenção do equilíbrio de preços, e a análise do IPCA continua a ser uma ferramenta vital para entender as tendências atuais e futuras.

Peterson Prestes

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