Na terça-feira (15), uma interrupção massiva no fornecimento de energia elétrica afetou quase todas as regiões do Brasil. Este evento, descrito como “extremamente raro” pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, causou preocupação em nível nacional.
Detalhes do Evento:
- O apagão ocorreu em 25 estados e no Distrito Federal, poupando apenas Roraima, que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional.
- Cerca de 27 milhões de pessoas foram afetadas, equivalente a um terço dos consumidores brasileiros.
Causa e Investigações:
- Até o momento, está confirmada uma sobrecarga em uma linha de transmissão de energia no Ceará que desencadeou o colapso nas regiões Norte e Nordeste. Como consequência, o ONS modulou a carga direcionada ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste, resultando em interrupções também nessas áreas. Estima-se que 16 mil MW de energia tenham sido interrompidos.
- Silveira sugeriu que pode ter ocorrido um segundo evento simultâneo, dada a magnitude da interrupção.
- Além das investigações internas da Aneel e do ONS, o Ministério da Justiça e Segurança Pública solicitou que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) examinem o caso.
Retorno da Energia:
- Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a energia foi restaurada cerca de uma hora após a interrupção.
- No Norte e Nordeste, o fornecimento foi completamente restabelecido às 14h49.
Contexto Adicional:
- O ministro Silveira assegurou que a interrupção não tem relação com problemas de suprimento ou segurança energética. Ele destacou que os reservatórios brasileiros estão abundantes, citando como exemplo recentes exportações de energia para a Argentina.
- Silveira também mencionou ataques anteriores a torres de transmissão em janeiro deste ano, embora sem relacionar diretamente ao incidente atual.
- Durante a coletiva, Silveira expressou ceticismo em relação à privatização da Eletrobras, que domina grande parte da geração e transmissão de energia no Brasil, embora tenha se abstido de conectar o apagão diretamente à privatização. Ele enfatizou sua visão de que setores cruciais, como energia, saúde, segurança e educação, devem permanecer sob controle estatal.
Peterson Prestes