Em decisões polêmicas e em um intervalo de menos de 30 dias, a Justiça de Mato Grosso ordenou a liberação de Delemberg de Souza, traficante detido com um total de 1,3 tonelada de entorpecentes. As operações que resultaram em sua detenção foram coordenadas por forças de segurança como o Gefron (Grupo Especial de Fronteira) e a Polícia Federal, grupos especializados no combate ao tráfico de drogas e armas na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.
A primeira prisão de Delemberg ocorreu em 17 de julho de 2023, na localidade de Campos de Júlio, onde foram apreendidos cerca de 871 kg de cloridrato e pasta base de cocaína. No entanto, sua defesa alegou que ele foi vítima de tortura por parte dos agentes de segurança, o que levou ao relaxamento da prisão.
Em uma situação similar, no dia 18 de agosto de 2023 em Sapezal, o traficante foi novamente detido, desta vez com 450 kg de cloridrato de cocaína. Novamente, as alegações de maus-tratos entraram em jogo, e o juiz substituto Arthur Albuquerque optou pela soltura de Delemberg, determinando como condição o uso de tornozeleira eletrônica. Em sua decisão, o magistrado salientou que as garantias processuais e constitucionais não pareciam ter sido respeitadas, citando os depoimentos prestados pelos detidos sobre supostas agressões por parte dos policiais.
Contudo, essa decisão de soltura foi emitida mesmo antes da entrega do laudo de corpo de delito, que poderia confirmar ou refutar as alegações de tortura.
A sensação entre os policiais que estiveram envolvidos nas operações é de frustração. Muitos sentem que seus esforços são em vão, dada a rapidez com que um traficante, flagrado com significativas quantidades de drogas, é liberado, mesmo com evidências contundentes de sua atividade criminosa. A comunidade de segurança espera que situações como essa sejam analisadas com maior rigor para garantir que a justiça seja devidamente aplicada.