Ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles torna-se réu em caso de desvio de madeira

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Em um recente desenvolvimento, a Justiça Federal no estado do Pará tornou réu Ricardo Salles, o ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal pelo Partido Liberal (PL). A acusação afirma que Salles liderava uma organização criminosa voltada para o desvio de madeira. A decisão também envolve Eduardo Bim, ex-presidente do Ibama, e outros servidores ligados a órgãos ambientais durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Emissão de Certidões em Desacordo com Orientações Técnicas

O relatório judicial sustenta que o grupo envolvido emitia documentos e certidões que contradiziam as orientações técnicas do Ibama, com o objetivo de liberar madeira apreendida nos Estados Unidos. Salles, por sua vez, descreveu a acusação como “absurda” e declarou que o Judiciário irá corrigir o que ele considera uma injustiça. Até o fechamento desta matéria, Eduardo Bim não foi localizado para comentar as alegações.

Operação Akuanduba e Demissão de Salles

No ano passado, Salles e Bim foram alvos da operação Akuanduba, conduzida pela Polícia Federal, que investigava diversos crimes, incluindo corrupção e advocacia administrativa. A operação levou ao afastamento de Bim da presidência do Ibama e foi um dos fatores que culminaram na demissão de Salles em junho de 2021.

Acusações do Ministério Público Federal

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou ambos por fazerem parte de uma organização criminosa que, supostamente, atuava em conluio com empresários do setor madeireiro. A gestão de Salles é acusada de criar normas para legalizar as exportações ilegais de madeira, bem como de nomear servidores que representavam interesses privados, em detrimento daqueles que buscavam combatê-los. O MPF também citou que Salles mentiu em depoimentos e realizou reuniões com empresários do setor madeireiro para discutir as exportações ilegais.

Alegações Financeiras e Crimes Associados

Segundo o MPF, Bim teria recebido um pagamento de R$ 5.000 de madeireiros pelas operações ilegais. No entanto, era Salles quem comandava as reuniões com representantes do setor e instruía Bim a publicar normas que favorecessem suas atividades. Os crimes associados à denúncia incluem advocacia administrativa de interesses ilegítimos, integração em organização criminosa e facilitação de contrabando.

Peterson Prestes

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