Ex-Comandante da PMDF se cala em depoimento a comissão parlamentar de Inquérito

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Brasília (DF) 24/08/2023 Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro. durante depoimento a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Em uma sessão marcada por tensionamentos, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira, optou por exercer seu direito ao silêncio durante seu depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta terça-feira (29). O antigo chefe da PMDF estava amparado por um habeas corpus concedido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, um ato que suscitou controvérsia dentro da própria comissão.

Vieira justificou sua reticência em colaborar com os parlamentares, alegando que sua defesa jurídica ainda não teve acesso à totalidade do processo no qual ele é investigado. “Me disponho a retornar a essa comissão no futuro, assim que tivermos em mãos a íntegra do processo”, declarou.

Embora tenha evitado responder às perguntas formuladas, o ex-comandante fez uma rápida declaração no início da audiência, negando enfaticamente qualquer envolvimento em atos subversivos. “Contrariamente ao que vem sendo divulgado, a presença do comandante-geral no cenário não determina automaticamente o controle da operação em questão, que continua a cargo dos comandantes operacionais”, asseverou Vieira.

O ex-chefe da PMDF já havia sido detido dois dias após os eventos questionáveis ocorridos no dia 8 de janeiro, sob a acusação de omissão. Contudo, ele foi posteriormente liberado por uma decisão do Ministro do STF Alexandre de Moraes.

Comunicações Incendiárias

A relatora da CPMI, Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), interrogou Vieira sobre uma série de mensagens e áudios de conteúdo golpista que teriam sido enviados por ele. Um desses áudios, segundo consta na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), afirma que “o Bolsonaro está preparado com o Exército para fazer a mesma coisa que aconteceu em 64″. No entanto, Vieira optou por não comentar nenhuma das acusações.

Gama também fez indagações sobre os eventos do dia 8 de janeiro, particularmente o posicionamento da Polícia Militar durante a invasão ao Congresso Nacional. A senadora apresentou imagens que capturaram Vieira no momento da invasão e questionou as ações – ou a falta delas – da polícia na Praça dos Três Poderes. “Eles permitiram a escalada dos manifestantes”, disse Gama, concluindo que “um militar age baseado em uma hierarquia e em comandos. Naturalmente, eles não agiram porque não foram instruídos a fazê-lo.”

O episódio continua sendo objeto de investigação e a CPMI segue com seus trabalhos, enquanto a opinião pública aguarda esclarecimentos sobre os fatos em discussão.

Peterson Prestes

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