Pequenos Negócios Sustentam Expansão do Emprego Formal no Brasil

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Lanchonetes, bares e restaurates do Rio de Janeiro reabrem hoje(2) com restrição de horário, lotação e distância entre mesas.

As micro e pequenas empresas (MPEs) continuam a ser o motor que impulsiona o mercado de trabalho brasileiro. Um estudo recente divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Agência Brasil, revela que esses pequenos negócios foram responsáveis por quase 80% das novas contratações formais em julho de 2023.

Números que Falam

Segundo o levantamento, dos 142,7 mil novos empregos com carteira assinada criados no país, 113,8 mil — ou 79,8% — foram gerados por MPEs. Isso equivale a uma média diária de 3.670 novas posições formais. O volume de empregos criados por estas empresas é quase seis vezes maior do que o das médias e grandes empresas (MGEs), que se limitaram a 19.229 novas vagas ou 13,5% do total. O saldo restante foi dividido entre instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública, que, notavelmente, teve um saldo negativo de 200 vagas.

Definindo Tamanhos

Para contextualizar, o Sebrae define como microempresas aquelas com até nove funcionários nos setores de agropecuária, comércio e serviço, e até 19 em indústria e mineração. Pequenas empresas, por outro lado, são caracterizadas por terem até 49 funcionários em agropecuária, comércio e serviço, e até 99 em indústria e mineração.

Consistência e Tendência

Este desempenho positivo em julho marca o sétimo mês consecutivo de saldo positivo para as MPEs, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. A última vez que estas empresas registraram mais demissões que contratações foi em dezembro — um mês tradicionalmente desafiador devido ao encerramento de contratos sazonais ligados às festividades de fim de ano.

Setores em Destaque

O crescimento nas contratações pelas MPEs em julho foi liderado pelos setores de serviços, que geraram 46,7 mil novas vagas, seguidos pela construção civil com 26,1 mil e comércio com 25 mil. As atividades mais promissoras foram a construção de edifícios (8,6 mil vagas), restaurantes e serviços de alimentação e bebidas (5,8 mil) e transporte rodoviário de carga (4,4 mil).

Em contraste, as MGEs viram suas novas contratações se concentrarem principalmente na indústria de transformação (6,5 mil), serviços (5,8 mil) e agropecuária (4,7 mil).

Perspectiva Anual

Até o momento, em 2023, as MPEs foram responsáveis por 825,4 mil empregos formais do total de 1,1 milhão criados em todo o país. Isso representa 70,8% do total, contra 16,4% das MGEs.

Otimismo em Ascensão

Décio Lima, presidente do Sebrae, atribui esses números ao otimismo crescente entre os pequenos empreendedores. “Com indicadores cada vez mais promissores, aliados ao controle da inflação e à perspectiva de queda na taxa de juros, os proprietários de pequenos negócios estão cada vez mais confiantes. É esta confiança na capacidade do país de acelerar seu crescimento que motiva a criação de novas vagas”, avalia Lima.

Em um panorama nacional, todos os estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, apresentaram um saldo positivo na criação de empregos formais por MPEs, tanto em julho quanto no acumulado do ano, reforçando a importância dessas empresas na estrutura econômica do Brasil.

Peterson Prestes

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