Ministros defendem que Brasil agregue valor a matérias-primas através da energia sustentável

0
Brasília, (DF) - 28/08/2023 - O presidente Lula durante solenidade de Assinatura de Sanção do Projeto de Lei de Conversão (PLV) no 15/2023, que estabelece a política de valorização permanente do salário mínimo. Foto Valter Campanato/EBC.

No seminário “Brasil em Foco: Mais Verde e Comprometido com o Desenvolvimento Sustentável”, realizado na Bolsa de Valores de Nova York, os Ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva, argumentaram que o Brasil tem a oportunidade única de não apenas ser um exportador de energia verde, mas também utilizá-la para agregar valor às suas matérias-primas. O evento foi promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Energia Verde como Catalisador Econômico

Energia verde é definida como aquela proveniente de recursos renováveis e ambientalmente sustentáveis. Haddad destacou que o país tem potencial para exportar lítio e hidrogênio, elementos chave para a economia verde global. “Podemos usar parte dessa energia para a produção de produtos verdes”, afirmou o Ministro da Fazenda.

Integração com outras Pastas Governamentais

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também está engajado na causa, ressaltou Haddad. Segundo ele, a neoindustrialização, focada em práticas sustentáveis, é da competência de Alckmin e está “inteiramente envolvida nessa agenda”.

Desmistificando a Dicotomia

Haddad argumentou que a ideia de que sustentabilidade e desenvolvimento são mutualmente exclusivos é uma “coisa do passado”. “O futuro é do desenvolvimento sustentável”, disse o ministro. Ele também expressou otimismo sobre o futuro acordo entre Mercosul e União Europeia, que pode abrir portas para negócios mais verdes e sustentáveis.

Abertura para Investimentos Sustentáveis

A reunião bilateral prevista entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden pode representar um momento histórico para demonstrar que o Brasil é aberto a negócios sustentáveis. “Temos que tornar o Brasil o porto de chegada de investimentos que visam à sustentabilidade do planeta, a sustentabilidade social e a sustentabilidade das contas públicas”, disse Haddad.

Parcerias Público-Privadas para o Futuro

Um dos exemplos citados foi a recente parceria entre Petrobras e WEG para a produção de equipamentos para energia eólica. “No passado, talvez fosse um tabu, mas as empresas estão com os olhos voltados para o futuro”, afirmou Haddad, enfatizando a importância de promover mais parcerias entre empresas brasileiras e estrangeiras.

Exportando Sustentabilidade

Marina Silva lembrou as palavras do presidente Lula, destacando que o Brasil pode se tornar um “grande exportador de sustentabilidade”, seja através de agricultura de baixo carbono, produção de hidrogênio verde ou manejo florestal responsável. “Isso tudo dentro de uma quadratura que já nos ajuda muito: o programa de transição ecológica”, concluiu a ministra.

O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do mundo e é um dos principais exportadores de commodities. A estratégia delineada pelos ministros pode representar um marco na forma como o país lida com suas riquezas naturais, posicionando-se como um líder em desenvolvimento sustentável. Essa abordagem proativa pode não apenas beneficiar a economia do país, mas também servir como modelo para outras nações em desenvolvimento.

Peterson Prestes

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui