O inquérito policial sobre a morte da pequena Manoella Tecchio, de apenas 3 anos, foi concluído e enviado ao Poder Judiciário nesta semana. De acordo com as informações fornecidas pelo delegado Ugo Reck Mendonça, responsável pelas investigações, dois dos três médicos que atenderam a criança em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O caso chocou a comunidade local e levantou questões sérias sobre a responsabilidade médica e os protocolos de atendimento em unidades de saúde. Manoella foi internada na UPA de Sinop no dia 9 de março deste ano, apresentando sintomas de tosse seca, relatou seu pai.
No primeiro atendimento, a médica solicitou exames de sangue e urina, que supostamente não revelaram nada anormal. A criança foi medicada para tosse alérgica e liberada. Entretanto, a situação de Manoella piorou no dia seguinte, e uma nova visita à UPA revelou comprometimento severo dos pulmões, detectado por radiografia.
“Nós não sabemos o que exatamente aconteceu durante o procedimento, pois não tivemos acesso”, lamentou o pai da vítima. “Manoella teve quatro paradas cardíacas e na quinta ela não resistiu”.
Inicialmente, a certidão de óbito indicou que Manoella morreu em decorrência de choque séptico e agravamento da pneumonia. Contudo, uma exumação do corpo, que o delegado descreveu como um “procedimento sensível, mas necessário”, revelou que a verdadeira causa da morte foi choque hipovolêmico, causado por pneumotórax hipertensivo.
“Antes tínhamos indícios do primeiro atendimento. Com a exumação identificamos uma imperícia por parte do terceiro médico que atendeu a vítima e que levou à morte da menina”, afirmou o delegado Mendonça.
O afastamento imediato da médica responsável pelo primeiro atendimento já havia sido ordenado pela Prefeitura de Sinop em março, e uma sindicância foi aberta para apurar o atendimento e os protocolos adotados.
O documento agora segue para avaliação do Poder Judiciário, onde se dará o curso legal do caso. Este trágico incidente serve como um lembrete contundente das responsabilidades e desafios que recaem sobre os profissionais de saúde, muitas vezes considerados os “guardiões da vida”.
Nota: As informações foram coletadas dos relatórios fornecidos pela Polícia Civil e declarações das autoridades competentes.
Peterson Prestes