As contas externas do Brasil estão mostrando sinais promissores. Em agosto, houve um significativo declínio no saldo negativo, que atingiu US$ 778 milhões. Para efeito de comparação, no mesmo período do ano anterior, o déficit atingiu os US$ 7,016 bilhões, conforme informado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central (BC).
Este avanço considerável nas transações correntes, que compreendem compras, vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda com outros países, deve-se em grande parte ao aumento do superávit comercial, que teve um acréscimo de R$ 5,1 bilhões. Além disso, houve uma redução no déficit em serviços de US$ 869 milhões e no déficit em renda primária de US$ 504 milhões.
Avaliando os 12 meses que se encerraram em agosto, o déficit em transações correntes totalizou US$ 45,223 bilhões, equivalente a 2,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta métrica representa uma melhora notável em relação ao saldo negativo de US$ 51,573 bilhões (2,54% do PIB) registrado em julho deste ano e ao déficit de US$ 53,635 bilhões (2,94% do PIB) do mesmo período em 2022.
No que diz respeito à balança comercial, houve um crescimento de 0,8% nas exportações, totalizando US$ 31,432 bilhões em agosto. Simultaneamente, as importações apresentaram uma queda de 16,8%, alcançando US$ 23,814 bilhões. Esse comportamento resultou em um superávit comercial de US$ 7,618 bilhões em agosto, um significativo avanço em relação ao saldo positivo de US$ 2,552 bilhões registrado no mesmo mês de 2022.
No segmento de rendas, os lucros, dividendos e pagamentos de juros, normalmente deficitários devido à remessa de lucros de investidores estrangeiros, alcançaram um déficit de US$ 5,642 bilhões em agosto, uma redução de 8,2% em comparação ao US$ 6,146 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
O investimento direto no país (IDP) teve uma entrada líquida de US$ 4,270 bilhões em agosto, uma redução em relação aos US$ 10,014 bilhões de agosto de 2022. O IDP é fundamental para cobrir o déficit nas transações correntes, pois representa um investimento produtivo e de longo prazo no país.
A boa notícia é que, apesar de um déficit nas transações correntes, o Brasil continua a atrair investimentos e financiamentos externos. Contudo, é essencial que o país continue a implementar políticas econômicas robustas para manter a confiança dos investidores e garantir um futuro financeiro estável.
Peter Paulo