Na manhã de terça-feira (26), a Polícia Civil deflagrou uma extensa operação denominada “Desmanche S/A”, com o propósito de executar 177 ordens judiciais, que englobam mandados de prisão, busca e apreensão, além do sequestro de veículos de alto padrão e o bloqueio de impressionantes R$ 46 milhões em ativos financeiros. Essa operação visa desmantelar uma intrincada organização criminosa especializada em roubo, desmanche e revenda ilícita de caminhões.
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Derfva) esteve à frente dessa operação, fruto de meticulosos meses de investigação. A equipe da Derfva desvelou um complexo esquema no qual o crime organizado incentivava o roubo de caminhões para posteriormente desmontá-los e vender suas peças no mercado negro, através de empresas autopeças simuladas.
Em detalhes, a operação inclui 19 mandados de prisão temporária, 26 de busca e apreensão, o sequestro de 32 veículos de luxo, como Ford Mustang, caminhonetes Amarok V6, Toyota Hilux e Corolla, Chevrolet S10, uma motocicleta Harley Davidson, e uma Ford Ranger. Além disso, as atividades de 12 empresas ligadas ao esquema de desmanche foram suspensas e uma contadora, identificada como parte do grupo criminoso, teve sua atividade financeira interrompida.
Importante destacar que essas ações não se restringiram a um único local, alcançando municípios como Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Mirassol D’Oeste e até estados vizinhos, como Rondônia, demonstrando a vastidão da operação e o empenho em desestruturar tal esquema criminoso. Durante as buscas, a Superintendência de Fiscalização da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) ofereceram apoio.
O cerne das investigações demonstrou que a organização era fragmentada em duas células: a primeira envolvia proprietários de empresas que orquestravam os roubos, enquanto a segunda célula gerenciava a logística de roubo, desmanche e armazenamento dos caminhões. Foram identificadas 12 empresas, todas agora sob ordens judiciais de paralisação.
Além disso, o bloqueio de R$ 46 milhões nas contas bancárias dos suspeitos evidencia a magnitude da operação, com movimentações financeiras desproporcionais às atividades oficialmente declaradas.
Ao comentar sobre a operação, o delegado titular da Derfva, Diego Alex Martimiano da Silva, declarou: “Essa ação é um marco na batalha contra o crime automotivo em Cuiabá. A detenção dos membros, juntamente com o bloqueio significativo de recursos ilícitos, reforça a resolução da Polícia Civil em desmantelar esse esquema e reaver os valores adquiridos ilicitamente. As informações adquiridas irão, sem dúvida, impulsionar futuras fases da investigação.”
Da Redação