Guardiões da pele: a luta contra a psoríase no Brasil

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Brasília - Representantes da Sociedade Brasileira de Dermatologia – DF, Unidade de Dermatologia do Hospital Regional da Asa Norte e Associação Brasileira de Psoríase esclarecerem a população sobre a doença, no Parque da Cidade. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No mês de outubro, o combate ao preconceito e a promoção da qualidade de vida dos portadores de psoríase ganham destaque com a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Hoje, 29 de outubro, o Brasil se junta ao mundo na celebração do Dia Nacional e Mundial da Psoríase.

A psoríase, uma doença autoinflamatória da pele de natureza autoimune, afeta cerca de 125 milhões de pessoas globalmente, com 5 milhões destas no Brasil. Seus sintomas, que incluem lesões avermelhadas e descamação na pele, podem desaparecer e reaparecer periodicamente.

Apesar de ser uma doença sem cura, existem diversas formas de tratamento. Os mais tradicionais incluem o uso tópico de cremes e pomadas, os tratamentos sistêmicos via comprimidos ou injeções, os medicamentos biológicos e a fototerapia, que expõe a pele de forma controlada à luz ultravioleta.

Recentemente, uma inovação promissora surgiu da Universidade Estadual Paulista de Araraquara (Unesp). O time de pesquisadores em bioenergia e biomateriais desenvolveu um tratamento baseado em uma fina membrana de látex combinada com Aloe vera (babosa). A babosa, já conhecida por suas propriedades benéficas à pele, algumas vezes pode causar ressecamento quando usada em excesso em sua forma gel ou pomada.

Rondinelli Herculano, um dos cientistas envolvidos, destaca: “Nosso objetivo foi incorporar a Aloe vera em curativos de látex natural. Em testes de laboratório, o material mostrou-se flexível, fácil de manusear e seguro, mantendo as propriedades benéficas da planta.”

A equipe agora está em busca de parceiros para realizar testes em humanos e, eventualmente, comercializar o produto. Herculano acrescenta que os curativos poderão ser feitos em diversos tamanhos, dependendo da extensão da lesão.

A SBD alerta que, apesar de não ser contagiosa, a psoríase pode levar a complicações como artrite psoriásica em até 30% dos pacientes. Associações da doença com condições cardiometabólicas, cânceres, distúrbios de humor, entre outros, são bem documentadas, impactando significativamente na qualidade de vida dos pacientes.

Fatores como histórico familiar, estresse, obesidade, clima, infecções, medicamentos e hábitos, como consumo de álcool e tabaco, podem influenciar no desenvolvimento e agravamento da doença. Por isso, a SBD enfatiza a importância do acompanhamento médico e psicológico, bem como uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas.

Peter Paulo 

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