Conversa comprometedora entre primeira-dama de Cuiabá e servidor é revelada na Operação Iterum

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Documentos adquiridos pelo site RepórterMT revelam uma aparente ligação comprometedora entre a primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, e o servidor da Secretaria de Saúde, Gilmar de Souza Cardoso. Esta ligação sugere um possível “alinhamento” relacionado à contratação de uma empresa de serviços de informática. Esta mesma empresa está no centro das investigações da Polícia Federal na Operação Iterum, que indica um desvio de R$ 13 milhões da Saúde de Cuiabá entre 2017 e 2022.

De acordo com o relatório do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) referente às investigações da Operação Capistrum em outubro de 2021, foi identificada uma troca de mensagens entre Márcia e Gilmar em junho de 2017. Na conversa, Gilmar solicita um encontro para discutir o contrato da empresa de informática. Ele compartilha com Márcia a proposta de contratação, enfatizando a necessidade de “alinhar detalhes”. A primeira-dama pergunta se o tema é relacionado à Saúde, ao que ele confirma. Fica acordado que a discussão ocorreria pessoalmente na residência de Márcia.

A empresa em questão foi oficialmente contratada em 17 de outubro de 2017 para o desenvolvimento e manutenção de softwares para a Secretaria de Saúde de Cuiabá. Durante a vigência do contrato, Gilmar ocupava o cargo de Coordenador Especial Rede Assistencial de Tecnologia e Informação na mesma Secretaria e atuava como fiscal do contrato. O contrato, inicialmente firmado no valor de R$ 5.391.372,00, foi prorrogado quatro vezes, encerrando em 17 de outubro de 2022 com um valor total de R$ 24.261.174,00 após reajustes.

As investigações da Operação Iterum sugerem que, embora fossem contratados serviços de informática, esses não eram efetivamente entregues. O ponto de partida da investigação foi a descoberta da movimentação de aproximadamente R$ 250 milhões nas contas bancárias da empresa, que tinha ligações com servidores municipais e supostos laranjas.

Com a deflagração da Operação Iterum, os principais alvos foram três servidores públicos, dois empresários e quatro supostos “laranjas”, todos suspeitos de envolvimento no esquema de desvio de R$ 13 milhões.

Estes recentes desdobramentos, especialmente a conversa entre a primeira-dama e o servidor, podem levar a novas etapas na investigação, que busca esclarecer todas as nuances deste caso e responsabilizar os envolvidos.

Da Redação

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