Haddad sinaliza possível redução na taxa de juros para impulsionar crescimento econômico

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Em um cenário de ajustes econômicos e melhorias nas métricas de comércio, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou potenciais cortes na taxa básica de juros nos próximos meses. Durante sua fala em um evento do banco BTG Pactual nesta segunda-feira (6), Haddad pontuou que o país tem espaço monetário suficiente para promover o crescimento econômico, com a taxa SELIC atual em 12,25% ao ano.

As iniciativas do governo, segundo o ministro, têm sido eficazes no controle da inflação, elemento chave que justifica a possibilidade de redução dos juros. Haddad ressaltou que a inflação não está sendo contida de forma forçada ou artificial, mas sim através de um trabalho consistente que já resultou em um ciclo de cortes da taxa de juros. Ele prevê a continuação desse ciclo, refletindo uma estratégia para sustentar o crescimento econômico do país.

Contudo, o cenário internacional ainda impõe certas limitações, particularmente as taxas de juros praticadas pelas economias mais avançadas, como as dos Estados Unidos e da Europa. O ministro expressou otimismo de que, com o tempo, esses fatores externos também possam se tornar mais favoráveis, permitindo um ajuste ainda maior na política monetária brasileira.

Na semana anterior, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, optou por manter sua taxa de juros entre 5% e 5,25% ao ano. As expectativas de um aumento nas taxas foram influenciadas por diversos fatores globais, incluindo tensões geopolíticas. Entretanto, esses níveis de juros, já considerados elevados para os padrões americanos, continuam a impactar as decisões de política monetária ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

A fala de Haddad vem em um momento onde o país vê sinais positivos nas suas contas externas e um superávit comercial em alta. Esses indicadores, aliados às projeções de investimentos estrangeiros diretos e a um déficit menor em transações correntes, delineiam um contexto em que ajustes na taxa SELIC podem ser uma ferramenta viável para estimular a economia.

A possibilidade de redução da taxa de juros tem o potencial de ampliar o acesso ao crédito e estimular investimentos, fatores essenciais para a recuperação econômica pós-pandemia. No entanto, o equilíbrio entre a atração de investimentos externos e a promoção do crescimento interno permanece como um desafio para a equipe econômica do governo.

A expectativa agora se volta para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) e para as movimentações do governo, que deverão esclarecer os rumos da política monetária brasileira no futuro próximo.

Peter Paulo

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