A demora da Receita Federal na liberação de lotes de ouro destinados à exportação tem causado preocupação em municípios de Mato Grosso, como Poconé. Este atraso, que pode chegar a 90 dias, contrasta com o período normal de 7 a 10 dias e está afetando diretamente a economia local.
Durante a 1ª Expominério, o deputado estadual Max Russi destacou os impactos negativos dessa demora. Segundo ele, a Receita Federal está atrasando a importação e exportação do minério, levando os produtos a ficarem retidos em análise por até três meses. Essa situação, referida como “zona vermelha”, ocorre quando a mercadoria só é liberada após análise documental e verificação física. Russi também apontou que esse atraso permite que o mercado se aproveite para comprar o ouro a um preço mais baixo, prejudicando os produtores.
O prefeito de Poconé, Tatá Amaral (UNIÃO), também expressou sua preocupação nas redes sociais, relatando que a prefeitura foi procurada por mineradoras locais afetadas pela suspensão da compra de ouro. As empresas, que operam em cooperativas, enfrentam dificuldades com o acúmulo de lotes no Aeroporto Internacional de São Paulo.
Para abordar esta questão, uma comitiva de políticos de Mato Grosso, incluindo o governador em exercício Otaviano Pivetta (Republicanos), o senador Jayme Campos (UNIÃO), e os deputados estaduais Janaina Riva (MDB) e Dr. Eugênio (PSB), visitou a sede da Receita Federal em Brasília, solicitando um prazo definido para a análise do ouro destinado à exportação.
Essa situação reflete as preocupações dos mineradores e políticos de Mato Grosso com os atrasos na liberação de mercadorias certificadas, que já alcançaram até 40 dias. O estado, que foi o quinto mais favorecido nos repasses da CFEM em outubro, vê nesse atraso um desafio significativo para sua economia, fortemente baseada na mineração.
Peter Paulo