Durante uma visita a Cuiabá nesta quarta-feira, o ex-procurador da Lava Jato e deputado federal cassado, Deltan Dallagnol, fez duras críticas à indicação de Flávio Dino, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Dino foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga deixada pela ministra Rosa Weber. A nomeação ainda depende de uma sabatina no Senado Federal.
Dallagnol, conhecido por seu papel na Operação Lava Jato, expressou preocupações com a possível politização do STF caso Dino seja aprovado. Ele comparou Dino a uma “mistura dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes”, citando preocupações sobre a politização e o autoritarismo na corte. Dallagnol também mencionou casos de perseguição a adversários políticos e instauração de inquéritos contra jornalistas, procuradores e juízes da Lava Jato durante a gestão de Dino, enfatizando que tais práticas não seriam condizentes com um ministro do STF.
Além disso, Dallagnol destacou a filiação de Dino ao comunismo, questionando a adequação de uma pessoa com tal ideologia para um cargo na Suprema Corte. Ele citou exemplos históricos de países comunistas e suas práticas autoritárias como base para sua argumentação.
Durante o evento do Partido Novo, do qual Dallagnol faz parte, foi lançado um abaixo-assinado para coletar assinaturas contra a indicação de Dino ao STF. Dallagnol argumentou que há uma série de escândalos envolvendo Dino, incluindo alegações de superfaturamento na compra de respiradores durante a pandemia e uma delação da Odebrecht onde Dino é mencionado.
O partido Novo, por sua vez, tem se esforçado para se fortalecer para as eleições de 2024, e a palestra de Dallagnol faz parte dessa estratégia. O partido busca atrair pessoas com ideais semelhantes, focando no combate à corrupção, que é parte de seu DNA desde a fundação. O evento em Cuiabá também contou com a presença de outras figuras importantes do partido, como o presidente nacional da legenda, Eduardo Ribeiro, e a jornalista Carla Cecato, embaixadora nacional do movimento “Mulheres pelo Novo”.
A indicação de Dino para o STF, ainda aguardando aprovação no Senado, continua a ser um tópico de intenso debate político no Brasil, refletindo as divisões ideológicas e as preocupações com a independência do judiciário no país.
Por Peterson Prestes