A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, em endereços ligados ao deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). A ação tem origem em uma suposta “forte ligação” entre o parlamentar e Carlos Victor de Carvalho, identificado pela PF como uma “liderança da extrema direita” em Campos dos Goytacazes (RJ).
As investigações da PGR apontam para diálogos por mensagem de celular entre Carlos Jordy e Carlos Victor, nos quais o último busca orientações e autorizações para organizar atos golpistas após as eleições de 2022. Um dos trechos das mensagens, datado de 1º de dezembro de 2022, revela a proximidade entre os dois:
Carlos Victor: “Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.” Carlos Jordy: “Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?” Carlos Victor: “Posso irmão. Quando quiser pode me ligar.”
A PGR sustenta que esse vínculo entre Jordy e Carvalho vai além do aspecto político, indicando que o deputado não apenas orientava um grupo expressivo de pessoas, mas também tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas na região, seja através das redes sociais ou agitando a militância local.
Carlos Victor, identificado como líder da extrema-direita local, seria responsável por administrar mais de 15 grupos de WhatsApp com temáticas extremistas, organizando eventos antidemocráticos em Campos dos Goytacazes. A investigação, baseada em 627 registros de mensagens, áudios e ligações, aponta que esses contatos se intensificaram nos meses da campanha presidencial de 2022.
Em resposta às acusações, Carlos Jordy negou qualquer relação com golpistas e destacou que os agentes levaram uma arma e dinheiro durante as buscas em sua residência, afirmando que tentaram encontrar elementos para incriminá-lo. O deputado reforçou que não participou nem incentivou atos golpistas.
Além de Carlos Jordy, a operação Lesa Pátria teve outros alvos, todos relacionados aos atos golpistas na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro de 2023, segundo decisão de Alexandre de Moraes.
Fonte: G1