A Polícia Federal, em documentação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), imprimiu informações confidenciais sobre inquéritos policiais no Rio de Janeiro. Segundo a PF, esses documentos foram impressos com possivelmente o propósito de serem entregues ao “núcleo político” por trás do esquema de espionagem ilegal na Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A análise da PF está presente na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que autorizou uma operação na manhã desta segunda-feira para realizar buscas e apreensões em endereços de pessoas suspeitas de conexão com o esquema de espionagem ilegal.
O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, foi um dos alvos da ação, com agentes revistando uma residência da família em Angra dos Reis e confiscando itens.
Segundo a investigação, Ramagem imprimiu os documentos sigilosos em fevereiro de 2020, quando ocupava o cargo de diretor da agência.
“A premissa investigativa ganha concretude com a identificação de informações sigilosas impressas pelo delegado Alexandre Ramagem, possivelmente para entregar aos destinatários do núcleo político”, afirmou a PF.
A avaliação policial revela que, na lista impressa por Ramagem, constam o número do inquérito, o nome do investigado, o cargo político e o partido da pessoa.
Além disso, a PF menciona que uma assessora de Carlos Bolsonaro solicitou ajuda a Ramagem para obter informações sobre inquéritos envolvendo familiares do ex-presidente.
Em meio às investigações, o ministro Moraes destaca a existência de uma “organização criminosa infiltrada na Abin”, que teria realizado ações clandestinas contra opositores ideológicos.
Fonte: G1