A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem (8) a Operação Hora da Verdade, e entre os investigados está Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e blogueiro, neto do general João Batista Figueiredo, último presidente militar após o golpe de 1964. Segundo a PF, Figueiredo Filho é suspeito de participar de uma operação de “propagação de desinformação golpista e antidemocrática”.
Além de Figueiredo Filho, a operação inclui o general Braga Netto, os militares Ailton Gonçalves Moraes Barros e Bernardo Romão Correa Neto, além do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid. Segundo relatório do Supremo Tribunal Federal (STF), esse grupo integra o núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado. As investigações apontam que a organização se dividiu em seis núcleos de atuação na tentativa de golpe.
Diálogos entre Mauro Cid e Figueiredo Neto, obtidos pela PF, mostraram que Correa Neto sabia horas antes o nome exato dos comandantes militares que seriam expostos por Figueiredo Filho em programas de rádio e televisão. Isso indica, segundo a PF, uma ação coordenada para expor e pressionar militares que não aceitassem aderir aos planos golpistas.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, o grupo escolhia alvos para amplificar ataques pessoais contra militares que resistiam aos planos golpistas. Esses ataques eram disseminados em vários canais e por influenciadores perante a audiência militar.
Figueiredo Neto, conforme PF e STF, atuava na propagação da desinformação golpista e antidemocrática por meio de programas de rádio e TV.
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho teve sua prisão preventiva solicitada pela PF, porém, a determinação de Alexandre de Moraes proíbe apenas o contato com os demais investigados.
Esse não é o primeiro problema legal de Figueiredo Neto. Em 2019, ele foi preso nos Estados Unidos, suspeito de envolvimento em um esquema de pagamento de propinas a dirigentes do BRB em troca de recursos para a construção do Trump Hotel, no Rio de Janeiro. Seu nome também está relacionado a diversos processos judiciais.
Em 2021, Figueiredo Neto foi afastado e, posteriormente, demitido da rádio Jovem Pan por suposta disseminação de desinformação.
Fonte: Gazeta Digital