Na Operação Tempus Veritatis, a Polícia Federal destacou mensagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que indicam a “anuência de militares com manifestações antidemocráticas” em frente a quartéis.
Em resposta a um oficial do Exército preocupado com uma recomendação do MPF para desmontar acampamentos golpistas, Cid orientou a ignorar o órgão.
“Recomenda… está recomendado. Obrigado pela recomendação (…) Eles [o MPF] não podem multar. Eles não podem prender. Eles não podem fazer porra nenhuma. Só vão encher o saco. Mas não vão fazer nada, não”, disse Cid em áudio transcrito pela PF.
A mensagem foi enviada ao tenente-coronel Alex de Araújo Rodrigues, que expressou preocupação com a recomendação do MPF. Ele compartilhou com Cid o texto da recomendação, que pedia providências para retirar banheiros químicos, tendas e barracas usadas pelos manifestantes golpistas.
Diante da resposta de Cid, Rodrigues pediu para avisar “Alves” sobre a orientação, pois estaria “desesperado” com a iniciativa do MPF. Segundo a PF, “Alves” seria o tenente-coronel Anderson dos Santos Alves, comandante do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea.
Essa troca de mensagens é um dos elementos que demonstram a anuência dos militares com os acampamentos golpistas, de onde partiram os manifestantes que depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Fonte: G1