Segundo Walter Nunes, corregedor do presídio, as imagens da fuga estão sob investigação. Os detentos utilizaram ferramentas de uma obra para escapar. A fuga dos dois presos do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) foi capturada em vídeo, mostrando-os cortando os alambrados, conforme relatou o corregedor da instituição, Walter Nunes.
Em entrevista ao GloboNews Mais, Nunes explicou que “o problema é que os presos saíram da cela e circularam livremente pela unidade prisional sem serem detectados pelas câmeras. No entanto, não significa que não foram captados pelas câmeras. Temos imagens, já foi confirmado. Mas não foi identificado que ali estava alguém fugindo da unidade prisional.”
No entanto, parte das câmeras de segurança não estava operacional no momento da fuga. O corregedor não especificou quantas câmeras estavam funcionando. Ele também esclareceu que dentro das celas não há câmeras para registrar imagens da fuga.
Segundo Nunes, os fugitivos utilizaram ferramentas encontradas em uma “obra de melhoria das áreas de convívio”, que não era uma obra estrutural ou de reforço da cela. A suspeita é que eles tenham usado essas ferramentas para abrir um buraco e remover uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia conectados à iluminação da cela, por onde provavelmente escaparam.
“Naturalmente, em uma unidade prisional de segurança máxima, após o término do expediente da obra, essas ferramentas não deveriam permanecer no local. Isso é uma questão de protocolo; não é aceitável permitir esse tipo de acesso.”
As imagens estão sendo analisadas como parte da investigação sobre a fuga. Segundo Nunes, “para escapar após sair da cela, eles tiveram que circular dentro do presídio e atravessar dois alambrados que tiveram que cortar, e foi isso que aconteceu.”
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram na madrugada de quarta-feira (14). Ambos têm ligação com o Comando Vermelho, facção liderada por Fernandinho Beira-Mar – que está preso na mesma unidade. Eles foram transferidos para Mossoró após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco (AC).
Este é o primeiro registro de fuga na história do sistema penitenciário federal, que engloba cinco presídios de segurança máxima.
“Houve falha nos protocolos de segurança”, afirma o juiz federal Walter Nunes.
O corregedor destaca que o sistema de monitoramento dos detentos no presídio federal é duplo. “Há monitoramento interno e externo, e essas imagens são enviadas para Brasília para esse monitoramento. Estamos conduzindo uma perícia para determinar quais dessas câmeras podem não ter funcionado.”
Nunes ressalta que, se os protocolos de segurança tivessem sido seguidos, a fuga não teria ocorrido. “Houve, sim, uma falha nos protocolos, pois mesmo que houvesse uma tentativa de perfuração em qualquer parte da cela, isso naturalmente levaria tempo.”
Fonte: G1