O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, foi intimado a prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira (22). Segundo a defesa de Torres, ele não se recusará a responder às perguntas.
Outros investigados na suposta trama golpista também foram intimados, alguns deles para o mesmo dia.
“A resposta a todas as perguntas da Polícia Federal”, afirmou a defesa de Torres. O advogado do ex-ministro também destacou que Anderson Torres está disposto a cooperar com as investigações e esclarecer qualquer dúvida, sendo o maior interessado na apuração imparcial dos fatos.
A defesa informou ainda que Torres está cumprindo rigorosamente as medidas cautelares determinadas pela Justiça.
Anderson Torres foi preso no início do ano passado por suposta omissão nos eventos do dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado, estava marcado para o mesmo dia, mas sua defesa solicitou o adiamento, alegando falta de acesso à íntegra dos autos, incluindo conversas registradas em decisões de operações sobre o tema.
Dois ex-assessores do ex-presidente também foram intimados a prestar depoimento na mesma data.
Os investigados em Brasília que prestarão depoimento são:
- Jair Bolsonaro
- General Augusto Heleno
- Anderson Gustavo Torres
- Marcelo Costa Câmara
- Mário Fernandes
- Tércio Arnaldo
- Almir Garnier
- Valdemar Costa Neto
- Paulo Sérgio Nogueira
- Cleverson Ney Magalhães
- Walter Souza Braga Netto
A operação Tempus Veritatis foi deflagrada no último dia 8 de fevereiro e teve como alvos, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desdobramento de inquéritos que tramitam no STF — o principal deles sendo o das milícias digitais —, a operação trabalha com a hipótese de que os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.
Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.
Fonte: G1