O Ministério Público Estadual (MPE) revelou que João Bosco da Silva, apontado como “laranja” de um esquema milionário de corrupção na Saúde, mantinha proximidade e influência política com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Essas revelações surgiram durante as investigações que culminaram no afastamento do prefeito do cargo, nesta segunda-feira (4).
Bosco, identificado como compadre do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, é apontado como o principal envolvido em desvios de mais de R$ 1 milhão por meio da empresa fantasma Remocenter Serviços Médicos. Esta empresa, em 2021, vendeu medicamentos à Prefeitura de Cuiabá que nunca foram entregues.
Segundo o MPE, a influência de Bosco ficou evidente em suas interações, especialmente em uma conversa com Marcelo Biaggio Norbiatto, gestor em Controladoria na Empresa Cuiabana de Saúde, onde Bosco enviou uma foto de uma reunião com Emanuel Pinheiro e João Arcanjo Ribeiro.
O relatório do MPE destaca uma conversa entre Bosco e Emanuel via WhatsApp, em que Bosco agendava visitas políticas e negociais com o aval do prefeito. Em uma mensagem, Bosco pediu para Emanuel dar atenção especial ao “compadre” (referindo-se a João Arcanjo).
Além disso, as investigações apontaram que a empresa Remocenter estava envolvida em compras fictícias do medicamento Midazolam, essencial para pacientes intubados com COVID-19. Isso resultou na morte de diversas pessoas que não receberam a sedação adequada.
Os pagamentos à Remocenter foram autorizados por Eduardo Pereira Vasconcelos e Célio Rodrigues, diretores da Empresa Cuiabana de Saúde, este último preso duas vezes em decorrência das investigações.
Fonte: Midia News