As investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE) revelam que Gilmar de Souza Cardoso, assessor-executivo de Governo e próximo aliado do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), desempenhava um papel crucial na organização criminosa, antecipando operações policiais e influenciando sua execução. Gilmar, afastado de seu cargo por ordem judicial, é apontado como o “articulador operacional” da organização liderada pelo prefeito afastado, visando desviar recursos públicos.
Em uma série de conversas gravadas, Gilmar demonstrou ter acesso privilegiado a informações dentro da Polícia, antecipando movimentações e adiando operações que poderiam atingir membros do grupo político de Emanuel. Em uma das gravações, datada de novembro de 2022, ele mencionou ter intercedido para adiar uma operação policial que afetaria pessoas ligadas ao prefeito.
O promotor do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) destacou a precisão das previsões de Gilmar, ressaltando a sua influência no âmbito das operações policiais. Em outra conversa, realizada em fevereiro de 2023, Gilmar mencionou de forma enigmática que “o próximo alvo é o careca”, referindo-se a Milton Correa, que possui calvície. Poucos dias após essa declaração, Milton Correa foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal que investigava desvios na Saúde de Cuiabá.
Além disso, Gilmar afirmou ter um primo na Polícia Federal, sugerindo conhecer detalhes das investigações sobre a gestão de Emanuel. Essa habilidade em transitar entre diferentes setores e pastas, influenciando investigações e protegendo os esquemas ilícitos, evidencia o papel central de Gilmar na organização criminosa.
As investigações revelaram que, durante a gestão de Emanuel Pinheiro, Gilmar ocupou diversos cargos relevantes na Prefeitura, consolidando sua influência e participação nos esquemas de corrupção.
Fonte: MidiaNews
