Mulheres Ganham 21% Menos que Homens, Aponta IBGE

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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, mesmo sendo mais escolarizadas, as mulheres enfrentam uma disparidade salarial significativa em relação aos homens, ganhando em média 21% a menos. A desigualdade é ainda mais acentuada em profissões científicas e intelectuais, onde a diferença salarial chega a 36,7%.

O estudo, parte das Estatísticas de Gênero, lançado no Dia Internacional da Mulher, mostra que, em 2022, a participação feminina no mercado de trabalho ainda não havia retomado os níveis pré-pandemia. Apenas 21,3% das mulheres com 25 anos ou mais possuem ensino superior, em comparação com 16,8% dos homens. Entretanto, a presença delas em áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) ainda é inferior, representando apenas 22% dos graduados, enquanto em áreas de cuidado e bem-estar social, como Serviço Social e Enfermagem, essa participação sobe para 92%.

A coordenadora do estudo, Barbara Cobo, destaca que estereótipos de gênero podem influenciar essa disparidade, questionando se o cuidado é uma vocação inerente às mulheres ou uma imposição social.

Além da disparidade salarial, as mulheres enfrentam obstáculos para alcançar cargos de liderança, ocupando apenas 39% dessas posições, em contraste com os 61% dos homens. Setores como Agricultura, Pecuária e Pesca apresentam particular resistência à ascensão feminina, com apenas 16% dos cargos gerenciais ocupados por mulheres, embora estas recebam em média 28% a mais que os homens nessas áreas.

O estudo também destaca a sobrecarga de trabalho doméstico enfrentada pelas mulheres, que dedicam em média 21,3 horas semanais a afazeres domésticos, quase o dobro do tempo dedicado pelos homens. Isso se reflete na jornada total de trabalho das mulheres, que chega a 54,4 horas semanais, superior às 52,1 horas dos homens.

Embora o número de filhos por mulher tenha diminuído em geral, houve um aumento de 17% na faixa etária de 40 a 49 anos. A taxa de mortalidade materna também retornou aos níveis pré-pandemia, atingindo 57,7 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2022.

Em relação à representatividade política, o Brasil ainda está aquém, ocupando a 133ª posição entre 186 países no ranking de proporção de parlamentares mulheres. Apenas 17,9% da Câmara dos Deputados era composta por mulheres em 2023, e dos 38 cargos ministeriais, apenas nove eram ocupados por mulheres.

Fonte: G1

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