O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi novamente preso nesta sexta-feira (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A prisão preventiva do militar foi determinada por descumprimento de medidas judiciais e obstrução de Justiça.
Os áudios vazados, nos quais Cid relata ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos, além de fazer críticas ao ministro Alexandre de Moraes, foram o gatilho para sua prisão. Na quinta-feira (21), a revista “Veja” divulgou essas gravações.
Antes de ser detido, Cid foi ouvido por um juiz auxiliar de Moraes por cerca de 30 minutos no STF, sem revelar com quem estava dialogando nos áudios. Após o depoimento, ele passou por um exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e foi encaminhado para o Batalhão de Polícia do Exército, onde permanecerá preso, aproveitando sua prerrogativa de oficial do Exército.
Além da prisão, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Cid, apreendendo celulares dele e de sua esposa.
Os áudios revelados pela “Veja” mostram Cid acusando Moraes e agentes da PF de terem uma “narrativa pronta” durante os depoimentos, sugerindo irregularidades na colaboração. Seu advogado, Cezar Bittencourt, enfatizou que os áudios refletem um momento de angústia pessoal, familiar e profissional do militar, negando que seu cliente tenha questionado a integridade das instituições envolvidas.
Essa é a segunda vez que Cid é preso, sendo a primeira em maio de 2023, no âmbito de uma investigação sobre falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro e seus familiares. Após fechar um acordo de colaboração premiada em setembro do mesmo ano, ele foi liberado, mas agora enfrenta novas acusações, incluindo crimes como falsidade ideológica e associação criminosa.
Fonte: G1