Em resposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro enfatizou que é “ilógico” sugerir que sua hospedagem na embaixada da Hungria tinha como objetivo solicitar asilo ou fugir de investigações. O episódio ocorreu dias após a apreensão do passaporte de Bolsonaro pela Polícia Federal, em meio a uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
Segundo o jornal The New York Times, Bolsonaro esteve na embaixada da Hungria pouco após a apreensão do passaporte, o que levou Moraes, relator do caso, a solicitar explicações do ex-presidente em 48 horas. Em sua manifestação, os advogados de Bolsonaro afirmam que a visita à embaixada tinha o propósito de discutir assuntos políticos, dada a proximidade do ex-presidente com autoridades húngaras.
A defesa ressalta que, de acordo com o direito internacional, o terreno de uma embaixada é considerado soberania do país representado, o que requer autorização do governo húngaro para que agentes brasileiros possam abordar Bolsonaro. Além disso, argumenta que a suposição de que Bolsonaro buscava asilo é infundada, pois ele não demonstrava preocupação com uma eventual prisão preventiva.
Os advogados também mencionam que, em outra ocasião, quando viajou a Buenos Aires para a posse do presidente argentino Javier Milei, Bolsonaro solicitou autorização judicial para deixar o país, respeitando os procedimentos legais vigentes.
A decisão de Bolsonaro de se hospedar na embaixada da Hungria, portanto, é defendida como uma ação política e diplomática, em linha com seu histórico de interlocução com autoridades estrangeiras.
Fonte: G1