“Garimpo de Poço”: Polícia Federal Resgata 70 Trabalhadores em Condições Análogas à Escravidão no Amazonas

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    A Polícia Federal (PF) encontrou mais de 70 garimpeiros vivendo em condições de trabalho que remetem à escravidão, em uma operação realizada em Maués, interior do Amazonas. Os trabalhadores estavam envolvidos no chamado “garimpo de poço”, um método de extração ilegal que tem preocupado as autoridades. Nesta matéria, o VTNews explora o que é essa prática e os desdobramentos da operação.

    A operação, intitulada “Mineração Obscura”, busca desmontar um dos garimpos mais lucrativos da América Latina, segundo a PF. Os garimpeiros estavam trabalhando em uma área de terra pública da União, sem autorização para exploração, onde eram produzidos mais de 6 quilos de ouro por dia em um túnel de aproximadamente 40 metros.

    A prática do “garimpo de poço” consiste na extração de minérios de forma subterrânea, explicou o ambientalista da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Erivaldo Cavalcanti. Apesar de gerar menos impacto ambiental que outros métodos, como desmatamento e erosão, o uso de mercúrio no processamento do ouro também é prejudicial ao meio ambiente.

    Carlos Durigan, geógrafo e ambientalista da WCS Brasil, destacou os riscos do uso de mercúrio, um metal altamente tóxico, que pode contaminar tanto os garimpeiros quanto a biodiversidade local e as comunidades próximas.

    Além do “garimpo de poço”, há outras modalidades identificadas de extração ilegal de ouro na Amazônia, como a aluvião, a dragagem e o poço, todas com sérios impactos ambientais e sociais.

    Na operação, a PF identificou que os trabalhadores estavam em condições análogas à escravidão, com relatos de servidão por dívida e exploração desumana. Um caderno apreendido no local revelou registros de supostas compras feitas pelos garimpeiros, evidenciando a exploração.

    Os responsáveis pelo garimpo ilegal estão sob investigação, e todos os 70 trabalhadores resgatados foram encaminhados de volta aos estados onde residem, Pará e Maranhão.

    A operação conjunta envolve equipes da PF, do ICMBio, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho, e continuará até a próxima sexta-feira (3), quando um novo balanço será divulgado.

    Fonte: G1

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