As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última quinta-feira (23) elevaram o nível do Guaíba em Porto Alegre a 4,27 metros nesta sexta-feira (24). A medição, realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), revela a preocupação com a segurança da população. A prefeitura está tomando medidas emergenciais para tentar conter os alagamentos, mas a situação ainda é de incerteza.
Ação da Prefeitura e Medidas de Contenção
Para combater o avanço das águas, a prefeitura de Porto Alegre está utilizando sacos de areia e cimento para fechar comportas do sistema anticheias na cidade. Este esforço acontece no mesmo local onde, uma semana atrás, uma comporta foi removida para permitir o escoamento da água acumulada nas ruas.
Recorde de Chuvas e Impactos na Capital
Porto Alegre registrou mais de 100 milímetros de chuva em apenas 24 horas, fazendo de maio o mês mais chuvoso em mais de um século, conforme levantamento da Climatempo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Este volume excepcional de chuva, combinado com problemas nas galerias de escoamento e limitações nas casas de bombas, resultou em alagamentos em áreas que anteriormente não haviam sido afetadas.
A instabilidade climática também afetou a rotina dos moradores. Estudantes de uma escola na Zona Sul tiveram que ser resgatados devido às inundações, e várias residências foram tomadas pela lama e entulho.
Alerta de Deslizamentos e Ações da Defesa Civil
A Defesa Civil de Porto Alegre emitiu um alerta para 26 pontos com alto risco de deslizamentos, processos erosivos e rolamento de blocos, válido até a próxima segunda-feira (27). No Vale do Taquari, a situação é igualmente grave, com 300 moradores de Cruzeiro do Sul sendo forçados a deixar suas casas por risco de deslizamentos.
Plano de Reconstrução e Fundo Rio Grande
O governador Eduardo Leite sancionou a lei que institui o Plano Rio Grande e o Fundo do Plano Rio Grande, destinados à reconstrução do estado após os desastres. Este plano prevê ações imediatas, de médio e longo prazo, para restaurar a infraestrutura e apoiar a população afetada.
Consequências dos Desastres
Até o momento, o estado registra 163 mortes devido aos temporais e cheias. Além disso, há 65 pessoas desaparecidas, 806 feridos e 645 mil pessoas desalojadas. As inundações também causaram a morte de quatro pessoas por leptospirose, devido ao contato com água contaminada.
Medidas Adicionais e Mobilização Comunitária
Em resposta às novas inundações, a prefeitura de Porto Alegre está criando “corredores humanitários” para facilitar o acesso de veículos de emergência em áreas críticas. Além disso, a comunidade local está mobilizada na limpeza e recuperação das áreas afetadas, embora a incerteza e a tensão sejam palpáveis entre os morador.
Fonte: G1