Novo Sistema de Transporte Exige Mais Desapropriações e Causa Prejuízos Milionários
A implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande enfrenta desafios significativos. De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra), apenas 49% das desapropriações iniciadas para o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) serão aproveitadas para o BRT. Dos 359 processos de desapropriação iniciados, apenas 177 continuarão, somando um valor de R$ 53,4 milhões.
Desafios das Desapropriações
As desapropriações sempre foram um dos principais entraves para o andamento das obras do VLT. Em dezembro de 2014, quando as obras foram paralisadas, apenas 136 áreas haviam sido desapropriadas, com um valor pago de aproximadamente R$ 34 milhões. Outras 217 áreas, avaliadas em pouco mais de R$ 42 milhões, ainda não estavam liberadas devido a questões como a falta de projetos e a judicialização dos processos.
Prejuízos e Impactos
Com a recente venda dos vagões do VLT, o governo agora precisa lidar com os impactos das desapropriações e a necessidade de reestruturação das áreas afetadas. Estima-se que o prejuízo total, incluindo desapropriações, obras e materiais não aproveitados, ultrapasse R$ 1 bilhão.
O sociólogo Eduardo Lima ressalta a importância de respostas claras sobre os valores pagos e o destino das áreas desapropriadas. Segundo ele, as obras do VLT, em vez de trazerem modernidade, dificultaram o acesso às avenidas, reduziram o movimento nos comércios e causaram sacrifícios à população. Na capital, áreas como a avenida da Prainha e a Ilha da Banana estão entre as mais afetadas, com desapropriações que custaram R$ 6,35 milhões.
Situação em Várzea Grande
Em Várzea Grande, a avenida da FEB foi uma das mais impactadas pelas desapropriações e obras do VLT. Grandes empresas na avenida João Ponce Sobrinho, próximo ao aeroporto, também sofreram com os impactos das desapropriações.
Conclusão
O governo enfrenta um grande desafio para equilibrar os interesses públicos e minimizar os prejuízos causados pelas desapropriações mal aproveitadas. A continuidade do BRT exige novos processos de desapropriação e a reestruturação das áreas afetadas, tornando-se essencial uma gestão transparente e eficiente para evitar mais prejuízos à população e aos cofres públicos.
Fonte: GazetaDigital