segunda-feira, janeiro 20, 2025
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Investigado por suspeita de estupro, padre tem prisão revogada

MÍDIA NEWS

O Tribunal de Justiça deferiu o habeas corpus e determinou a soltura do padre Nelson Koch, que havia sido preso na última quinta-feira (17) sob suspeita de ter estuprado dois menores em Sinop. A defesa negou que ele tenha confessado qualquer crime.

De acordo com o advogado Márcio de Deus, em conversa com o seu cliente, ele negou que tenha confessado os atos sexuais e dito que estes teriam tido o consentimento dos menores, ao contrário do que havia afirmado o delegado Sérgio Ribeiro.

“Ele falou pra mim que não assumiu culpa nenhuma, tudo invenção para colocar na mídia”, afirmou o defensor.

“Não tem nenhuma prova que possa corroborar essa fala do Doutor Sérgio, não tem nada nos autos que possa indicar que o padre cometeu esse crime”.

Até mesmo as imagens que teriam sido gravadas pelas vítimas, segundo a defesa, não provariam a o delito.

“Eu vi os vídeos. E apesar de não estarem periciados ainda – porque precisa periciar para ver se foi editado ou não – eles nada demonstram”.

As imagens apenas mostrariam o quarto do sacerdote na casa paroquial. “O vídeo foi feito com uma câmera escondida, mal feito ainda. Mas em nenhum momento aparece qualquer tipo de sexo, qualquer tipo de tentativa ou satisfação lasciva de nenhum lado. Nem uma segunda pessoa aparece; aparece somente o padre na filmagem”, explicou o advogado.

Márcio também negou ter falado sobre uma possível armação para incriminar o sacerdote. “Até porque sou um democrata que confia na Justiça. A Justiça já iniciou sendo feita com a liberdade dele. E agora se tiver que responsabilizar o servidor que se excedeu, nós vamos responsabilizar” finalizou.

Coletiva de imprensa

Durante uma entrevista coletiva na semana passada, o delegado Sérgio Ribeiro, titular da Delegacia da Mulher de Sinop, relatou que em uma conversa preliminar durante o trajeto à delegacia o padre lamentou o caso.

“Disse que tudo que ele fez foi consentido, que todos os relacionamentos que ele teve com esses adolescentes teriam sido consentidos e que eles até pediam”, explicou.

“Ele se demonstrava bem arrependido dos fatos. Chorou muito porque ia deixar de ser padre, dizia que queria preservar também a igreja”, complementou.

Conforme o delegado, em um dos casos os abusos começaram quando o menor tinha apenas 7 anos e persistiram até os seus 15.

Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, teria relatado que fez sexo com o padre nos últimos três anos.

O celular do religioso foi apreendido, mas ele já havia sido formatado. As investigações sobre o caso continuam.

“Às pessoas que foram abusadas por esse cidadão, seja da igreja, seja na residência particular dele, que se apresentem. É necessário ter a punição mais severa para esses casos. Até porque essas pessoas têm o direito de ver a punição do agressor”.

 

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