O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Adeildo Lucena, voltou a criticar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), afirmando que o emedebista vive em um “mundo encantado”.
A declaração foi dada um dia depois que veio à tona uma nova vistoria na Secretaria de Saúde que encontrou mais 5,5 milhões de medicamentos e insumos vencidos em um barracão da Prefeitura, no Coxipó.
Segundo Lucena, a Saúde da Capital nunca esteve tão ruim e ele culpou a má gestão do prefeito pelo sucateamento da Pasta.
“O prefeito Emanuel Pinheiro parece que é o grande xerife, xerifão, principalmente na Saúde. E se falar que não está um caos, está de brincadeira”.
“A Saúde de Cuiabá já esteve ruim, mas não tão ruim. Isso é o que eu ouço dos meus colegas. De novo, a responsabilidade é transferida, a gestão não assume, parece que a gente vive no “Mundo encantado de Bob”. Para mim esse é o mundo que o Emanuel vive, porque parece que está tudo certo, mas não está, é maquiagem”, explicou.
O novo escândalo da Saúde se junta a mais recente operação policial deflagrada dentro da Pasta, que investiga o desvio de mais de R$ 1 milhão na compra de remédios que, supostamente, nunca foram entregues.
Ao comentar o caso dos medicamentos vencidos, Adeilton lembrou que esta infração já não é novidade para a gestão de Emanuel, já que em 2021 uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi instaurada para apurar centenas de medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos da Prefeitura de Cuiabá.
“A gente percebe que tem novos medicamentos que venceram depois da instalação [da CPI] e esses medicamentos estão armazenados de forma incorreta, mesmo vencidos, e isso pode acarretar sérios problemas porque é um veneno, são várias drogas”, afirmou.
“Para mim, medicamento vencido é má gestão. Ou é má gestão na compra ou na distribuição. Não tem o que conversar sobre isso, é óbvio”, completou.
O presidente do Sindimed ainda acusou Emanuel de não ter planejamento na gestão e sugeriu, caso não houvesse erro na distribuição, que a Prefeitura pudesse ter adquirido os medicamentos já próximo do vencimento de propósito.
“Pior ainda, se você compra medicamentos próximos de vencer sabendo que eles não vão ser usados, é má-fé”, disse.
Descoberta
Realizada na segunda-feira (13), a fiscalização que descobriu a nova leva de medicamentos vencidos ocorreu no barracão fica em frente ao CDMIC (Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá), onde, em dezembro de 2022, fiscais do CRF e agentes do MPE encontraram outras 4,3 milhões de unidades com data de validade expirada.
Segundo informações de uma fonte que participou da fiscalização, os medicamentos estariam “escondidos” de propósito no depósito, desde o início a criação da CPI dos Medicamentos Vencidos.
Numa análise por amostragem, os fiscais encontraram medicamentos como Cloridrato de Tioridazina, usado em tratamento psiquiátrico, cuja validade expirou em maio de 2020, e o Paracetamol, para dengue, vencido em abril de 2020, além de Sufalto de Salbutamol, para asma, vencido em junho do mesmo ano.
A vistoria encontrou também adesivos de Nicotina com validade de outubro de 2020 e Ganciclovir, usado no tratamento de infecções em imunodeprimidos, expirado em março de 2020.
Midia News