O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o ex-secretário municipal de Saúde Célio Rodrigues da Silva e outras 10 pessoas pelo suposto desvio de pelo menos R$ 3,2 milhões envolvendo a empresa Remocenter Remoções e Serviços Médicos. O esquema é apurado na Operação Hypnos, deflagrada no começo de fevereiro.
Célio está preso preventivamente. Além de reparação do prejuízo e condenação criminal, o MPE pede que os servidores concursados sejam condenados à perda do cargo.
A Remocenter recebeu valores supostamente sem fornecer os medicamentos devidos à Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) entre 2020 a 2022, época em que Célio foi diretor da empresa que administra o Hospital Municipal de Cuiabá e o Hospita Municipal São Benedito.
Além de Célio foram denunciados o ex-diretor da ECSP Eduardo Pereira Vasconcelos, os empresários Maurício Miranda de Mello, Mônica Cristina Miranda dos Santos, João Bosco da Silva, Gilmar Fortunato, a ex-administradora da ECSP Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, a farmacêutica Raquell Proença Arantes, a servidora Jussiane Beatriz Perotto, o ex-servidor João Batista de Deus Júnior e o técnico administrativo João Victor Silva,
Maurício Miranda de Mello seria o dono de fato da Remocenter, empresa pivô do escândalo.
A Hypnos foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). De acordo com as investigações, os pagamentos por notas fiscais teria sido feito sem licitação ou qualquer processo administrativo que motivasse a contratação emergencial.
Além da Remocenter, a JBS Serviços Médicos Eireli também reebeu pagamentos via indenizatória, sem comprovação dos serviços. O MPE e a Deccor suspeitam que as empresas sejam de fachada.
“Nota-se, portanto, que os pagamentos realizados em favor da empresa fantasma Remocenter é o meio utilizado para desviar recursos da saúde do Município de Cuiabá/MT, conduta criminosa que somente foi alcançada em razão da operacionalização de atos dissimulatórios, aptos a conferir ares de legalidade aos valores outrora desviados pelo grupo criminoso”, diz na denúncia o promotor de Justiça Carlos Roberto Zarour.
O promotor afirma que a Remocenter não foi escolhida de forma aleatória para o suposto esquea. A empresa já havia sido denunciada pela compra de respiradores “fantasmas” em Santa Catarina durante a pandemia de Covid-19, dando prejuízo de R$ 33 milhões naquele Estado.
O membro do MPE aponta a ocorrência dos crimes de associação criminosa, contratação direta indevida, peculato majorado, lavagem de capitais, falsidade ideológica, ocultação de documento público e inserção de dados falsos em sistema de informações. A denúncia foi encaminhada à 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Midia Jur