O governador Mauro Mendes revelou que a intervenção na Saúde de Cuiabá tem sofrido boicote de alguns médicos e servidores do sistema. O problema foi detectado pela interventora Danielle Carmona, no último final de semana.
Mendes explicou que Carmona estava em uma UPA da Capital, no último sábado (8), quando descobriu que servidores estavam mentindo para usuários da rede sobre a falta de medicamentos.
“Existe alguns atores da rede boicotando a intervenção. Me foi relatado que no sábado, na UPA, alguém estava lá e disse que não tinha remédios. A interventora estava presente e disse que os remédios foram comprados, que estava no almoxarifado e questionou por que não tinha ali”, contou.
“Começou um jogo de empurra, foram na farmácia e lá tinha o remédio, mas alguém dentro da unidade estava dizendo para o cidadão que não tinha esse medicamento. Em outra unidade, o médico lá presente se negando a fazer o atendimento”, acrescentou.
A declaração ocorreu durante lançamento da retomada das cirurgias eletivas no antigo Pronto Socorro de Cuiabá, na manhã desta segunda-feira (10).
Mendes não quis associar o boicote a pessoas ligadas ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que tem tentado judicialmente, com apoio do partido dele, derrubar a intervenção.
O governador disse ser necessária uma investigação sobre o boicote. Após isso, enviará as informações coletadas ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
“Vamos precisar ter uma atuação firme dos órgãos de controle, do Ministério Público, para evitar que pessoas mal intencionadas, por negligência ou por algum outro tipo de conduta possam atrapalhar o atendimento à população”, disse.
“E denunciar aos órgãos de controle aquelas pessoas que estejam boicotando ou não trabalhando adequadamente. Existe um boicote. Teremos que fazer uma investigação com mais profundidade para saber de onde objetivamente está partindo isso”, completou.
Cirurgias eletivas
Nesta segunda, Mendes retomou as cirurgias eletivas no antigo Pronto Socorro de Cuiabá.
A partir de agora, o objetivo é de que mais de 100 cirurgia de baixa e média complexidade sejam realizadas por semanas. Segundo o governador, assim que alguns “problemas operacionais” da unidade forem corrigidos, esse número semanal poderá atingir 200.
Além disso, o governador revelou que a intervenção irá redesenhar a rede municipal para que cada unidade de Saúde atue em uma especialização.
Enquanto o antigo pronto socorro ficará com as cirurgias de baixa e média complexidade, o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) ficará com a urgência e emergência e ainda cirurgias neurológicas. O São Benedito ficará com cirurgias cardíacas e vasculares.
Midia News