Juíza: policiais civis subtraíram mais de R$ 1 milhão com crimes

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Na decisão que condenou um grupo criminoso chefiado por policiais civis, a juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, detalhou que eles subtraíram mais de R$ 1 milhão com crimes na Grande Cuiabá.

O grupo extorquia ladrões e traficantes mediante promessa de não realizar o registro da ocorrência policial.

Foram condenados 21 pessoas, entre elas, oito policiais civis, pelos crimes de organização criminosa, concussão, roubo, tráfico, porte ilegal de arma de fogo e embaraço à investigação.

Todos foram alvos da Operação Renegados, deflagrada em 2021 pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que iniciou a investigação, e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).

Consta na decisão que em apenas uma abordagem, realizada em agosto de 2018, eles subtraíram R$ 900 mil de uma pessoa identificada como “Alexandre”, valor supostamente derivado de comercialização de substâncias entorpecentes.

Em outra abordagem, feita em dezembro de 2018, o grupo criminoso exigiu R$ 15 mil do condutor de um veículo Mercedes Benz, supostamente fruto de fraude, para evitar apreensão do veículo.

Também extorquiram R$ 30 mil de supostos criminosos que pretendiam aplicar um golpe em uma agência bancária na Capital, durante uma abordagem no Hotel Serra, em junho de 2020.

No total, foram 12 infrações criminais praticadas pela organização criminosa.

Conforme a magistrada, quando não conseguiam o dinheiro, eles se apossavam do material ilícito, em especial entorpecentes e armas de fogo, prática denominada ‘arrocho’. Segundo ela, os materiais eram postos à venda “na marginalidade, para conversão em espécie, revertendo-se o proveito econômico aos integrantes da organização criminosa”.

“No intuito de conferir confiabilidade na atuação da OrCrim, os integrantes do grupo faziam uso de viaturas policiais, utilização ostensiva de armas de fogo, símbolos e uniformes da Polícia Judiciária Civil, o que teria permitido a sua atuação em vias públicas, sem despertar qualquer duvida aqueles que avistavam a prática, eis que, para o público, transparecia ser uma atuação legítima da Polícia Judiciária Civil”, diz trecho da decisão.

Sentença 

Os policiais civis condenados são Edilson Antonio da Silva (45 anos e sete meses); Alan Cantuário Rodrigues (16 anos e cinco meses); Júlio Cesar de Proença (20 anos e nove meses); Paulo da Silva Brito (17 anos e quatro meses); Rogério da Costa Ribeiro (11 anos e um mês);, André Luis Haack Kley (três anos e sete meses); Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski ( cinco anos e 10 meses); e Dhiego de Matos Ribas (13 anos e 10).

A magistrada também determinou a perda do cargo público deles pelo período de 8 anos.

Além deles, também foram condenados Evanir Silva Costa (35 anos e quatro meses); Hairton Borges Júnior (28 anos e oito meses); Daniel de Paula Melo (22 anos e sete meses); Ananias Santana da Silva (29 anos e dois meses); Raimundo Gonçalves Queiroz (oito anos e quatro meses); Domingos Sávio Alberto de Sant’Ana (nove anos e nove meses); Natália Regina Assis da Silva (12 anos).

Além de Manoel José de Campos (oito anos e oito meses); Kelle de Arruda Santos ( 18 anos e quatro meses); Jovanildo Augusto da Silva (sete anos e sete meses); Genivaldo de Souza Machado (29 anos e três meses); Delisflásio Cardoso Bezerra da Silva (dois anos e sete meses) e Sandro Victor Teixeira Silva (três anos e seis meses).

Midia News

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