Mendes dá “banana” a ativistas: “Se vier, vai tomar na testa”

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    O governador Mauro Mendes (DEM) subiu o tom e voltou a criticar a possível vinda de ativistas e políticos de esquerda ao Brasil para pressionar o Governo Federal a não construir a Ferrogrão.

    Nervoso, Mendes chegou a dar uma “banana” aos ativistas. “Aqui para eles”, disse seguido do gesto de desaprovação

    A ferrovia, ainda no papel, vai ligar Sinop (a 503 km de Cuiabá) aos portos de Miritituba e Santarém, no Pará.  O modal é uma das apostas para baixar os custos de escoamento da produção agropecuária do Estado.

    Os ativistas devem desembarcar no Brasil no dia 15 de agosto com objetivo de “enterrar” o projeto da Ferrogrão.

    “Se vier aqui protestar contra a Ferrogrão vai tomar na testa”, garantiu Mendes à imprensa.

    O governador afirmou que o Brasil tem leis ambientais severas e isso deve ser obedecido na construção e implantação da ferrovia.

    “O Brasil tem as leis ambientais mais restritivas do Mundo. Eles [americanos e europeus] têm 10 vezes mais ferrovia do que temos aqui. Vem dizer que nós não podemos fazer ferrovia?”, questionou.

    “O dia que vocês chegarem na metade do que nós temos, voltem para conversar conosco. Senão, volte para seu país, vai plantar árvore por lá e deixa que nós cuidamos do nosso aqui”, emendou.

    O projeto

    A obra é considerada estratégica para o escoamento de commodities, mas vêm enfrentando empecilhos jurídicos. O Ministério Público Federal tem resistência quanto ao projeto em razão de áreas indígenas afetadas.

    Há ainda um embargo ambiental em que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu em liminar a alteração de limites da Floresta Nacional do Jamanxim (PA) para a passagem dos trilhos.

    O investimento previsto é de R$ 21,5 bilhões, e a ideia é que a ferrovia entre em operação em 2030.

    Em visita a Cuiabá há uma semana, o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas defendeu a obra, afirmando que interesses econômicos estão por trás de ações judiciais que emperram o início da concessão.

    “A quem interessa não ter a Ferrogrão? O problema da Ferrogrão não é o meio ambiente. O problema da Ferrogrão é comercial”, criticou.

    Comitiva internacional

    A comitiva é ligada à Internacional Progressista, entidade criada no ano passado pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, e que reúne políticos, ativistas e celebridades de diferentes países.

    Segundo o economista americano David Adler, coordenador-geral da organização, a delegação ainda está sendo fechada, mas deverá incluir parlamentares de países como Espanha e Alemanha, lideranças indígenas dos EUA, ativistas ambientais e sindicalistas. Também deverá haver representantes de países latino-americanos.

    A visita atende a um convite da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), ONG que é uma das principais oponentes da Ferrogrão.

    CÍNTIA BORGES E LISLAINE DOS ANJOS
    DA REDAÇÃO

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