Um devastador deslizamento de terra em Papua Nova Guiné, ocorrido há três dias, resultou no soterramento de mais de 2 mil pessoas, conforme anunciado pelo governo nesta segunda-feira, 27. As equipes de resgate enfrentam um terreno extremamente desafiador, dificultando o transporte de ajuda e reduzindo as esperanças de encontrar sobreviventes.
Em uma comunicação à ONU datada de domingo, o Centro Nacional de Desastres atualizou o número de vítimas. Outra agência da ONU estima que o número de mortos ultrapasse 670 pessoas.
A discrepância nos números reflete a localização remota e a dificuldade em obter uma contagem precisa da população. O último censo confiável de Papua Nova Guiné foi realizado em 2000, e muitas pessoas residem em vilarejos isolados nas montanhas da nação insular do Pacífico.
O deslizamento de terra atingiu seis vilarejos no distrito de Maip-Mulitaka, no norte do país, por volta das 3h da manhã de sexta-feira, quando a maioria dos moradores estava dormindo. Mais de 150 residências foram sepultadas sob escombros de quase dois andares de altura. Os socorristas relataram ter ouvido gritos provenientes debaixo da terra.
“Tenho 18 membros da minha família soterrados sob os escombros e o solo em que estou pisando, e muitos outros membros da família no vilarejo que não consigo contar”, compartilhou Evit Kambu, morador local, à Reuters. “Mas não posso recuperar os corpos, então estou aqui, sem poder fazer nada.”
Após mais de 72 horas desde o deslizamento de terra, os moradores continuam a usar pás, paus e suas próprias mãos na tentativa de remover os escombros e encontrar sobreviventes. Até o momento, apenas sete corpos foram recuperados.
Nesta segunda-feira, os moradores realizaram um funeral para uma das vítimas. Dezenas de pessoas enlutadas caminharam em uma procissão atrás do caixão, lamentando e chorando, conforme registrado em vídeo por um funcionário da ONU.
Fonte: IstoÉ