Isabele Amaral Batista, uma estudante autodeclarada parda de 18 anos de Barrinha (SP), viu suas duas vagas conquistadas na Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP), serem perdidas após a negativa da Comissão de Heteroidentificação da instituição. Mesmo após receber um e-mail de confirmação de matrícula, Isabele foi informada, dias antes do início das aulas, que sua matrícula havia sido negada pela comissão.
A jovem foi aprovada em dois cursos diferentes na USP: Matemática Aplicada e Informática Biomédica. Porém, mesmo após participar de uma oitiva virtual, não obteve a aceitação da Comissão de Heteroidentificação, que avalia critérios fenotípicos baseados em fotografias.
Em troca de e-mails com a universidade, Isabele explicou a ascendência de sua família para justificar sua autodeclaração como parda. No entanto, apesar dos esforços, não obteve sucesso em sua tentativa de garantir a vaga.
A USP explicou que o processo de avaliação é baseado na análise de fotografias por duas bancas de cinco pessoas, seguindo critérios estritamente fenotípicos. Caso a foto seja reprovada por ambas as bancas, o candidato é convocado para uma oitiva, onde a análise também é fenotípica.
A situação de Isabele levanta questões sobre os critérios e procedimentos adotados pelas universidades em processos de heteroidentificação, especialmente em relação à autodeclaração racial dos candidatos.
Fonte: G1