Um evento organizado pelas centrais sindicais em São Paulo para celebrar o 1º de Maio se tornou palco de campanha eleitoral antecipada, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo votos e chamando Guilherme Boulos (PSOL) de candidato à prefeitura, desrespeitando a legislação eleitoral.
Durante o evento, Lula antecipou-se ao chamar Boulos de candidato, embora o período de convenções e registros de candidatura só se inicie em julho. O presidente fez um apelo direto aos eleitores, incentivando-os a votar em Boulos nas próximas eleições municipais de São Paulo. Esse pedido explícito de votos a um pré-candidato é proibido pela Lei das Eleições.
A legislação eleitoral estipula que não configura propaganda eleitoral antecipada a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, desde que não envolvam pedido explícito de voto. A violação dessa norma pode resultar em multa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Adversários políticos de Boulos criticaram o episódio e anunciaram que irão à Justiça contra o presidente e o pré-candidato do PSOL. O MDB, partido do atual prefeito Ricardo Nunes, informou que promoverá uma ação na Justiça Eleitoral buscando a aplicação de multa ao presidente e a Boulos por propaganda eleitoral antecipada.
O coordenador da pré-campanha de Boulos, Josué Rocha, rebateu as acusações, destacando que a ação visa desviar a atenção do uso de eventos oficiais da Prefeitura para promover a candidatura de Nunes à reeleição, conforme noticiado pela imprensa. Além disso, outros pré-candidatos, como Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil), afirmaram que entrarão com ações na Justiça contra Lula e Boulos.
A distribuição de jornais pró-Boulos e críticos a Nunes durante o evento também gerou polêmica, com elogios ao pré-candidato do PSOL. Enquanto isso, o presidente Lula sancionou o reajuste da tabela do Imposto de Renda durante o evento, medida com forte apelo popular, porém controversa do ponto de vista das contas públicas.
Fonte: IstoÉ