Os prognósticos para o Pantanal são sombrios em 2024, com ambientalistas alertando para a iminência da pior seca já registrada na região. O cenário é agravado pela ausência das chuvas esperadas para março, colocando a vasta planície em risco de enfrentar uma grave crise hídrica. Com os níveis dos rios notavelmente baixos durante o período de cheia previsto, a preocupação com o aumento dos incêndios cresce significativamente.
O ciclo natural de enchentes, que deveria começar em outubro e atingir seu ápice em dezembro e janeiro, prolongando-se até março, encontra-se distorcido. Ao invés disso, o Pantanal enfrenta uma seca extrema, em contraste com o período esperado de cheias. Eduardo Reis Rosa, pesquisador e membro da plataforma científica MapBiomas, alerta para a gravidade da situação, destacando que o bioma está enfrentando uma seca severa durante o que normalmente seria seu período de inundação.
O monitoramento do nível do rio Paraguai, principal fonte de inundação do Pantanal, revela a extensão da crise. Em março deste ano, o rio apresentava níveis historicamente baixos, evidenciando a situação crítica em que se encontra o bioma.
As perspectivas de melhora, segundo especialistas, dependem do fim do El Niño nos próximos meses e da possível chegada do fenômeno meteorológico La Niña no segundo semestre. Embora o La Niña costume trazer chuvas para diversas regiões do Brasil e contribuir para a queda das temperaturas, sua influência no Pantanal permanece incerta.
O biólogo Gustavo Figuerôa, da ONG SOS Pantanal, corrobora o cenário pessimista, afirmando que a seca atual já supera a do ano anterior, indicando que este pode ser o período de estiagem mais severo já enfrentado pelo bioma.
Fonte: Baixada Cuiabana