Abílio nega transfobia e diz que deputada se aproveita de polêmica

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A acusação de transfobia contra o deputado federal Abílio Junior (PL) voltou a ser tema durante a sessão conjunta do Congresso Nacional, que ocorre na tarde desta quinta-feira (12). No plenário, o parlamentar mato-grossense negou que tenha sido transfóbico.

Ele ainda acusou parlamentares de esquerda de usarem de “fake news” para destruir reputações. A deputada mineira, Erika Hilton (Psol-MG), rebateu as declarações.

Abílio é alvo de uma investigação da polícia legislativa por suposta transfobia contra a deputada mineira, durante a Comissão Parlamentar Mista dos atos de 8 de Janeiro, que ocorreu ontem (11). Ele teria dito que Erika estaria “oferecendo serviços” durante a CPMI.

Durante a sessão desta tarde, Abílio afirmou que está elaborando um documento com imagens dos deputados que o acusam da transfobia e levará as acusações à  Comissão de Ética da Câmara.

“A esquerda cria fake news, solta em todos os sites de notícia, programas de TV e depois de destruir a reputação vai se retratar como? Quando a perícia da polícia mostrar que não tem uma fala homofobica minha, eles vão retratar como? Eu estou registrando tudo”, disse Abílio em discurso.

“Vão uns 50 para Comissão de Ética, porque calúnia, difamação, denunciação caluniosa, isso é crime. Vocês não tem vergonha, não?”, disse no início do seu discurso.

Para Abílio, Erika Hilton usou a afirmação de outros parlamentares sobre transfobia para ganhar notoriedade.

“Eu nunca fiz nenhuma fala homofóbica. Repudio a homofobia e não aceito a intolerância. A deputada se aproveita de algo que ela nem ouviu. Ninguém ouviu. É um desrespeito com a causa e com as pessoas que sofrem homofobia. É uma aproveitadora, com algo que trás tanta preocupação ao nosso País”, disse.

Por fim, Abílio disse não ser preconceituoso e que tem amigos LGBTQIA+.

“A homofobia é um assunto sério. Não pode ser usado para promoção pessoal para aparecer na imprensa. Tenho inúmeros amigos homossexuais que respeito e me mandaram mensagens indignados achando que eu tive uma conduta como essa. Não vou admitir”, disse.

“Não aceitaremos chacota”

Minutos depois, a deputada Erika Hilton foi ao plenário confirmar que não ouviu a suposta declaração transfobica de Abílio. No entanto, disse que recorrentemente Abílio interrompe a fala de mulheres com “piada” e “chacota”.

“Não aceitaremos chacota, ridicularização, piada e deboche. Acionaremos o Conselho de Ética e qualquer outra instância criminal contra qualquer parlamentar que tentar usar da nossa identidade ou da nossa orientação sexual para nos desqualificar”, afirmou.

“O nosso trabalho é sério, diferente de muita gente que acha que isso aqui é bagunça, piada. Temos um compromisso sério, porque nossas pautas e demandas são urgentes”, acrescentou.

A bancada do Psol na Câmara encaminhou à Comissão de Ética da Casa, ainda na terça-feira, um pedido de cassação de Abílio. O pedido aponta que Erika foi alvo de transfobia, prática considerada crime previsto em lei, além de violência política e de gênero.

A deputada mineira ganhou notoriedade por ser a primeira mulher trans e negra eleita deputada federal no Brasil.

Mídia News

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