A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu sinal verde para o avanço de uma nova etapa de ensaios clínicos para uma candidata à vacina contra a covid-19, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa recebe financiamento da UFMG, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Prefeitura de Belo Horizonte.
Histórico e Avanço dos Estudos
A primeira fase do ensaio clínico foi autorizada em outubro de 2022, após o qual a Anvisa avaliou os resultados preliminares de segurança e imunogenicidade. Com base nesses dados, foi concedida a autorização para a progressão da pesquisa. A próxima fase tem como objetivo “obter dados adicionais de segurança e imunogenicidade, utilizando a dose que apresentou melhor desempenho na primeira fase,” conforme informou a agência em nota.
Detalhes do Ensaio Clínico
Nesta nova etapa, o estudo incluirá participantes saudáveis de ambos os sexos, com idades entre 18 e 85 anos. Os voluntários deverão ter completado o esquema vacinal primário para a covid-19, utilizando as vacinas CoronaVac ou Covishield e recebido uma ou duas doses de reforço com Covishield ou Comirnaty. É necessário também que tenham passado pelo menos 6 meses desde a administração do reforço ou desde uma infecção natural prévia por covid-19.
Os ensaios serão realizados em três centros em Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, Centro Freira de Pesquisa Clínica e Centro Infection Control. No total, 372 voluntários serão incluídos e o recrutamento fica a cargo dos próprios centros de pesquisa. O prazo para o início do estudo clínico, após a aprovação ética e regulatória, será definido pelo patrocinador do estudo.
Impacto e Expectativas
O avanço dos estudos representa um marco importante para o desenvolvimento de soluções locais no combate à pandemia de covid-19. Com múltiplas instituições financiadoras e uma abordagem de inclusão diversa para os voluntários, o ensaio clínico se posiciona como uma iniciativa integral e robusta, cujos resultados poderão contribuir significativamente para a estratégia de vacinação contra a covid-19 no Brasil.
É aguardado com expectativa o desdobramento desses ensaios, que poderão fornecer dados valiosos para a eficácia e segurança de uma nova opção de vacina desenvolvida em solo brasileiro.
Peterson Prestes