Assessora de Carlos Bolsonaro Buscou Auxílio de Auxiliar de Ramagem sobre Investigações contra Família do Ex-Presidente

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O vereador Carlos Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão nesta segunda-feira (29) em uma investigação que apura o suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Informações (Abin) durante o governo do ex-presidente. Conforme a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que embasa a operação da Polícia Federal, uma assessora de Carlos Bolsonaro solicitou a uma assessora de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, informações sobre investigações envolvendo familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos Bolsonaro, contatou Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, solicitando ajuda e enviando dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, estariam relacionados ao ex-presidente da República e três de seus filhos.

Nas mensagens, Luciana escreveu:

  • “Bom diaaaaa Tudo bem?
  • Estou precisando muito de uma ajuda”

Em seguida, enviou a seguinte mensagem:

  • “Delegada PF: Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA – Delegacia da PF Inquéritos Especiais
  • Inquéritos: 73.830/73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)
  • Escrivão: Henry Basílio Moura”

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o pedido de ajuda dizia respeito a investigações que envolviam o então presidente – identificado na mensagem como PR – e seus filhos.

Além desse episódio, as investigações apontam que, em fevereiro de 2020, Ramagem imprimiu informações de inquéritos eleitorais da PF que tinham como alvo políticos do Rio de Janeiro, base política da família Bolsonaro. Segundo o ministro do STF, as provas colhidas pela PF indicam que os suspeitos usaram a Abin contra adversários e para “‘fiscalizar’ indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos”.

A operação desta segunda-feira (29) é um desdobramento da realizada na quinta-feira (25), que teve como alvo Alexandre Ramagem, um amigo próximo da família Bolsonaro que foi chefe da Abin entre julho de 2019 a março de 2022. Ambas as operações foram autorizadas por Moraes.

Segundo o ministro, Carlos Bolsonaro e as assessoras Luciana Paula Garcia da Silva Almeida e Priscilla Pereira e Silva faziam parte do “núcleo político” que, em conjunto com funcionários públicos sob o comando de Ramagem, “monitorou indevidamente ‘inimigos políticos’ e buscou informações acerca da existência de investigações relacionadas aos filhos” de Bolsonaro durante o mandato do ex-presidente.

Na decisão, Moraes afirmou ainda que as “provas indicam”, de forma “significativa”, a existência de uma “organização criminosa infiltrada na Abin” e que, segundo a PF, esse grupo era uma célula de um grupo ainda maior, que tinha por tarefa realizar “contrainteligência de Estado”.

Fonte: G1

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