Até que ponto a beleza vale a calvície?

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Uma análise profunda sobre a busca incessante pela estética e suas consequências no sistema capilar

Em um mundo cada vez mais obcecado com a aparência, a busca por uma beleza “perfeita” está custando caro para muitas pessoas. Tatiane Ribeiro, fisioterapeuta e tricologista, chama a atenção para as diversas formas que esta busca estética pode afetar não apenas o aspecto físico, mas também o emocional, social e econômico do indivíduo. A mais evidente expressão dessa estética, principalmente para as mulheres, é o sistema capilar, que Ribeiro destaca como o “maior marcador do corpo humano”.

A complexidade do sistema capilar

O sistema capilar não é apenas um aglomerado de fios que cobrem o couro cabeludo. Ele envolve aspectos físicos, emocionais, sociais, culturais, religiosos e econômicos de um indivíduo. “Uma mulher calva é uma mulher com sérios problemas emocionais e de identidade”, destaca Ribeiro, sinalizando como a saúde capilar é também um reflexo da saúde mental. Além disso, a tricologista ressalta que o sistema capilar está vinculado à caracterização de gênero, influenciando significativamente nosso emocional e questões psíquicas.

O Ciclo Vicioso: Emoções e Queda Capilar

Ribeiro enfatiza que muitas pessoas com problemas emocionais recorrem a estabilizadores de humor, que paradoxalmente, podem acelerar a queda capilar. “É uma catástrofe emocional, mas há formas de prevenir e tratar”, ela assegura.

Os perigos escondidos atrás da estética

Segundo a especialista, diversos procedimentos estéticos comuns podem instigar a queda capilar e, em situações mais graves, levar à calvície. Entre os mais citados estão:

  1. Uso de Hormônios: Tanto homens quanto mulheres têm recorrido ao chamado “chip da beleza” e testosterona para ganho de massa muscular e disposição, sem considerar as consequências no sistema capilar.
  2. Megahair e Dreads: Especialmente populares entre mulheres negras, esses procedimentos podem inflamar o couro cabeludo, levando à formação de tecido cicatricial onde novos fios não crescerão.
  3. Procedimentos Estéticos Invasivos: Cirurgias plásticas e o uso de silicone, por exemplo, podem desencadear respostas inflamatórias que afetam o sistema capilar.

Uma Sociedade obcecada com a aparência

“O Brasil é o país com o maior índice de cirurgias plásticas no mundo”, afirma Ribeiro, enfatizando como a sociedade investe milhões em beleza. “O uso dos hormônios, dos chips da beleza para ganho de massa e para perda de peso, tem sido algo assustador nos últimos tempos”, acrescenta.

O papel da Indústria da Beleza

A indústria da beleza tem respondido de forma variável às preocupações relativas à saúde capilar. Segundo Ribeiro, a tecnologia e as pesquisas têm evoluído, mas ainda há muitos produtos que vendem promessas falsas. “Temos empresas sérias, mas também temos um mundo onde a beleza se tornou algo vital para muitas pessoas, que muitas vezes fazem qualquer coisa para atingir esse padrão”.

Quem pode ajudar?

O profissional mais indicado para tratar do sistema capilar é o tricologista, seja ele da área médica ou não-médica. Para ser considerado um especialista, é necessário uma pós-graduação chancelada por uma universidade. “Os tricologistas estão extremamente preocupados e já têm tido a consciência da orientação da saúde integrativa”, destaca Ribeiro.

A busca pela estética ideal pode custar mais do que dinheiro; pode custar a saúde e o bem-estar. Ribeiro reforça a importância de um equilíbrio entre estética e saúde, concluindo que “a estética tem que estar intrinsecamente ligada à responsabilidade”. E para aqueles dispostos a sacrificar o sistema capilar em nome da aparência, fica o questionamento: até que ponto a beleza vale a calvície?

Tatiane Ribeiro, fisioterapeuta e tricologista

Contato Whatssap: (65) 9 9909 6411

 

 

 

Por: Peterson Prestes

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